sábado, 26 de setembro de 2020

CAPÍTULO SEIS DA NOVELA Os Lusíadas no teatro

 

Capítulo 6 – APRESENTAÇÕES EM CABO FRIO – Teatro  USINA 4

Depois de algumas apresentações esparsas de parte da peça em festivais de Cabo Frio, agendamos apresentações no teatro Usina 4. Fizemos entrevistas para divugar o monólogo em rádio, tvs e distribuímos panfletos em lugares públicos. Certo dia aconteceu o que bem poderia ser uma piada. Ao entregar a propaganda a uma senhora, ela me perguntou sobre o que era a peça e quando lhe disse que era sobre a primeira viagem de Vasco da Gama às Índias ela com alegria exclamou: “Meu marido vai gostar, ele é vascaíno”!

Após as apresentações no teatro eu  tive duas alegrias; uma foi o elogio do diretor José Facury, que foi sincero, porque tempo depois me contratou para auxiliar na adaptação da obra máxima de Mário de Andrade: Macunaíma. A outra alegria foi porque o ator e mímico Jiddu Saldanha que exclamou, logo que terminei a última fala: “Estou chorando”. E sua apreciação depois apareceu na internet, quando escreveu uma crítica repleta de elogios. Pena que não a encontrei agora para incluir aqui.

 


“CAMÕES EM CABO FRIO, NO TEATRO USINA 4

Entrei em cena e improvisei: "Meu nome é Luís Vaz de Camões e eu escrevi Os Lusíadas, em que conto a viagem de Vasco da Gama às Índias. Creio que faz dois anos que o Vasco da Gama esteve aqui neste teatro e contou a chegada dele em Melinde, onde narra para o rei de lá toda a história dos reis de Portugal e de sua viagem até ali.” Aí já emendei para o texto normal contando o fim da viagem e a volta a Portugal. Mas logo no começo, tinha observado a atenção e ligação forte da plateia e também a presença do meu amigo e companheiro de trabalho em outra peça, o Solano, e mais surpreso ainda fiquei quando reconheci o rosto de um senhor muito simpático e atento, na primeira fileira.

 Lembrei-me dele.  Ele era dono de um mercadinho perto do teatro. Eu tinha lhe falado do meu trabalho, convidei-o, mas ele disse que não poderia ir, porque fechava o mercado às 20:00 quando começavam as apresentações e ainda tinha que ir ao fornecedor para buscar produtos para reabastecer seu estabelecimento. Que agradável surpresa! Ele deve ter se esforçado para conseguir chegar a tempo. Bem, apesar da trilha musical não ter tocado porque deu algum tipo de erro no computador, eu fiquei numa sintonização tão harmoniosa com o público que nem liguei e ainda improvisei "cacos" e cenas que levaram as pessoas ao riso e a momentos de emoção que também me tocaram muito. Felicidade incrível, esse é o melhor pagamento para nós artistas, o maior prêmio! Aplaudiram muito! E eu ainda me enlevo de amor e gratidão até hoje!”

 

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