segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

VISITAS NESTE BLOG

Faz tempo abri este blog
e veja agora que bacana;
recebi dezesseis visitas
da Ucrânia só numa semana.

Fui ver o que ocorreu
durante todo um mês
e tive outra surpresa
26 visitas só de português.

E não sei se é caso de sorte
ou se é minha façanha,
mas tenho sido visto
até na Alemanha.

Parece que sou querido
até no Reino Unido
e do Brasil nem digo nada
está sempre em primeiro
são amigos que vêm até de madrugada,
mas o que foi de alucinar
foi ver os EE UU certo dia
chegar ao segundo lugar.

Meu blog agora está
sendo visto no Canadá.
Tive até alguns soluços
ao ver que muitos
dos visitantes eram russos.
Quase me esquecia de contar
falha dessa memória franzina
muitos que vieram visitar
eram pessoas da China.

Isso até me fez esquecer o caso
daquele visitante de Burquina Faso.
(ver postagem de final de novembro passado: Crônica sobre visita de Burquina Faso

Já apareceram visitas da Malásia, Espanha e ìndia. Que legal!

Agradeço a todos vocês que me honraram com suas visitas, se puderem deixem comentários.
Thank you all that visited my blog, please let your comments.

POESIA LÍRICA "AMOR É. . ."

Lírica é a poesia que tenta captar a emoção, o sentimento, que sentimos em determinada situação. Funciona como se fosse uma fotografia para que ao olharmos mais tarde possamos nos lembrar e sentir aquilo de novo ou então permitir que outras pessoas se emocionem ao compartilhar o mesmo sentimento. Quando o leitor ainda não sentiu aquilo que ali está, é bem possível que não goste do poema, porque não capta a poesia que nele está. Poema é o texto escrito, poesia é a alma que alimenta as palavras que ali estão.

AMOR É...

O amor é ferida que dói e não se sente,
dizia o velho poeta, abrindo porta decente
para quem quisesse definir tal sentimento.
O amor, para mim, é como um rio,
corre sempre,
esteja quente ou faça frio,
mas há um tipo de amor
que se parece mais com o mar;
grande, forte, poderoso,
ora calmo, ora violento,
pode até mesmo sufocar.

Já vi, também, outro tipo de amor
que se parece com brisa;
vem suave, pura carícia,
muita paz e alegria,
envolto em riso que alisa,
dá calma no sofrimento,
ajuda a crescer, a subir.
Cuidado porém, com o amor
Que se parece com vento;
muita fala e promessa,
muito canto e lamento,
mas o que é bom de verdade,
deixa para o futuro
e quando se dá conta,
vê que está só e no escuro.

Também encontrei na vida
um tipo raro de amor
que chega e se instala, como musgo,
não se anuncia, não avisa,
cai como leve semente,
gruda na pele como tatuagem
– assim dizia o trovador urbano –
Caminha sempre lado a lado,
parece mais amizade,
e na hora da procela, sufoco,
dor, maremoto, é que agente vê
quanto vale esse tipo simples de amor.
Ele é dor que não embriaga,
é como ave voando, tranquila.
E de repente, não mais que de repente,
sem como e nem porquê,
vira esse amor que agora vejo
que há entre NÓS DOIS.


domingo, 20 de dezembro de 2015

CANÇÃO DA LUA

Não me lembro que idade tinha quando fiz esta cantiga quase infantil, mas apesar de bobinha, ainda gosto muito dela e percebi que muita gente curtiu quando a declamei para a própria lua, de cima de uma locomotiva antiga, na estação de Conservatória para uma platéia de 600 pessoas. Foi uma noite muito bonita com muita música boa. Eis o poemeto:

CANÇÃO DA LUA

A lua no céu desponta
pálida e tonta, tonta,
tonta de amor por mim.

Mas mal me vê fica triste
pois vê que em mim existe
um outro amor sem fim.

Mas nem tudo a desaponta
pois sabe que canto sem conta
as flores do meu jardim!

Está na minha coletânea publicada recentemente: POESIA NOSSA DE CADA DIA.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Você pode entrar neste endereço e ler as primeiras páginas deste meu novo lançamento:

https://agbook.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=poemas+de+alberto+caeiro&sort=&commit=BUSCA

Copie o endereço e cole no navegador


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

BOCETA ENTÃO É ISSO?

           Quando ainda era criança, creio que pouco antes dos 7 anos, fui visitar o meu avô materno. E lá encontrei outros primos, filhos de fazendeiros, que foram passar as férias com nossos avós. E certo dia, com cara de safado, muito maroto, meu avô nos perguntou de repente, sem nenhuma aparente razão:
            - Eu tenho uma boceta! Querem ver?
De lá do fundo da cozinha, preparando o almoço, minha vó gritou:
            - Neco, para de dizer bobagem! Isso não é brincadeira de gente religiosa.
         Meu avô era um católico praticante, pertencia ao grupo do Santíssimo, mas adorava umas brincadeiras e piadas maliciosas, que desagradavam profundamente minha avó.
Fomos seguindo me avô, que nos fizera sinal para isso, e quando chegou ao quarto ele, fazendo suspense, enfiou a mão em um bolso de seu paletó e de lá retirou uma caixinha ovalada, feita de madeira com muita arte e requinte, abriu a tampa e de lá retirou um pó, rapé, que nos fez cheirar, fazendo com que todos espirrassem muito. Demos também muitas risadas. Por isso, amávamos meu avô. Sempre vinha com alguma brincadeira.
          Depois fiquei sabendo que aquele era mesmo o nome da caixinha, encontrei no dicionário a definição que é mais ou menso assim "caixinha de madeira arredondada, oblonga, oval, que serve para guardar pequenos objetos. Descobri ainda que muitas moças no passado gostavam da caixinha para guardar jóias menores como brincos e anéis. Provavelmente por causa do formato oval é que alguém passou a designar metaforicamente o sexo feminino, que guarda ali uma jóia, o chibiu, pequeno diamante, nome metafórico também, que designa o clitóris. Queria colocar uma imagem dessa caixinha aqui, mas foi só digitar no navegador e apareceu dezenas e dezenas de fotos de muito mau gosto, nenhuma era caixinha. Vai ficar sem imagem, a não ser que o caro leitor me envie alguma.

Em 2016 recebi de Matheus Hizioka essas imagens, algumas são das famosas bocetas de antigamente:

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

ANTES TARDE DO QUE NUNCA

ANTES . . .


Antes que acabe a vida,

antes que me torne filho da morte,

antes que tenha saudade


do tempo em que era jovem e forte,


o que nem seria uma grande verdade.


Antes que tudo tenha fim,


quero apenas honrar o nome


que um dia deram a mim.

                                               (10/12/15)

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fernando Pessoa e Alberto Caeiro

Fernando Pessoa criou um personagem também poeta, Alberto Caeiro, e escreveu para ele e por ele vários poemas. Pessoa denominou tal tipo de personagem heterônimo. Escolhi alguns poemas de Caeiro e fui para o estúdio de um amigo e gravei. Virou esse CD.

O libreto contém os poemas que fizeram parte do espetáculo idealizado e muito bem dirigido por José Paulo Rosa do Grupo de Teatro RIA, em São Paulo.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

LEIA MEUS LIVROS ANTES DE COMPRAR

É possível ler as 20 primeiras páginas, como um aperitivo. Se você achar que não vale a pena, que não presta, favor avisar-me que suspenderei a publicação. Não quero pagar mico, não é mesmo? Então o alerta dos amigos e leitores pode ajudar muito, críticas também. Adoro críticas e correções.

No seguinte endereço você pode acessar e ler as primeiras páginas:
https://agbook.com.br/book/199521--CRONOS_E_CRONICAS

https://agbook.com.br/book/199521--CRONOS_E_CRONICAS

Copie e cole no navegador

Além desse, você pode ler as primeiras páginas de mais 9 livros meus que estão à venda na www.agbook.com.br basta digitar geraldo chacon na janelinha da livraria virtual.

domingo, 29 de novembro de 2015

ARARUAMA e COSTA DO SOL

CRÔNICA DE UM DITADO POPULAR
 
Com as amigas Regina e Rosélia em noite de autógrafos.
Hoje, final do mês de novembro de 2015, veio-me de cambulhada, tudo misturado, um soneto com emenda e uma conversa marota que tive com a Verona, figura muito singular na minha vida. Não só isso, mas outras coisas, uma por exemplo que nos remete ao século XV. Calma, vou organizar as informações, mas não vai ser fácil porque as coisas não vieram arrumadas, mas aos trambolhões.
Quando o Renascimento aconteceu no século XV, surgiu a forma de poema denominada soneto, que consistia de uma construção elaborada em versos decassílabos, distribuídos por quatro estrofes, sendo as duas primeiras com quatro versos e as duas últimas com três versos cada uma. Quando os mestres se puseram a ensinar a seus discípulos essa nova forma de poema, perceberam que muitos não alcançavam a concisão necessária e chegavam ao décimo quarto verso sem terminar a ideia, o conteúdo. Algum mestre, então, teve a generosidade de deixar que fizessem mais dois versos para ver se conseguiam, passando a denominar esses dois versos de “emenda”. Claro, suponho eu, que os bons alunos conseguiam, mas os fracos que não logravam um bom soneto, com apenas mais dois versos não resolviam sua situação e, provavelmente, se o soneto ficava ruim, a “emenda” ficava pior que o soneto. Isso gerou um ditado popular: “Ficou pior a emenda do que o soneto”.
Essa frase sempre foi usada para indicar uma situação em que você tenta melhorar algo, qualquer coisa, e o resultado fica pior. Um exemplo disso é aquela anedota em que a esposa, olhando-se no espelho fala para o marido que está se achando gorda, velha, cheia de pelancas e ele para a consolar diz, pois é, mas a sua visão está ótima meu bem.
Tudo isso e mais o que vou dizer no final, veio-me à mente porque construí agora um soneto com emenda. Resolvi fazer o soneto porque me lembrei de um que Manuel Bandeira havia feito e me impus o desafio de também construir outro. E como Drummond fez um soneto com versos redondilhos menores, decidi fazer o meu com redondilhos maiores. Ficou assim:
Arrebol de Ponta da Acaíra, foto de Solange. 



ONDE AGORA MORO

Aqui encontrei abrigo.
Aqui, na Costa do Sol,
encontrei tão bons amigos
e meu mais lindo arrebol.

Por isso é que sempre falo;
eu quero o melhor para mim.
De peito aberto declaro:
Aqui será o meu fim.

Bons ventos sempre me trazem
aquilo que me faz bem:
pureza, oxigênio e leveza.

Os raios do sol me fazem
mais moreno e também
perceber tanta beleza.

Por isso digo sem medo
Aqui finda meu enredo.

Procurei, sem muito êxito, registrar o momento que estou vivendo, principalmente pelo grande número de amigos conseguidos em Arraial do Cabo e em Araruama, cidade que me deu mais oportunidades e reconhecimento. Aí relendo o texto para corrigir, veio a figura da Verona, quando trabalhava para mim Em Taboão da Serra, São Paulo. Certo dia, atendi uma professora ao telefone e procurei resolver um problema, não me lembro bem, mas creio que ela comprara meu livro e ainda não recebera pelo correio. Tentando me desculpar, disse algo que não aliviou a braveza da professora, e pelo contrário aumentou sua indignação. Ao desligar, deparei com a Verona de vassoura na mão, parada, rindo-se de mim. Sempre tratei meus subalternos com a mesma dignidade e respeito com que trato qualquer pessoa e também dou a eles e elas o direito de me tratar da mesma forma. Verona então disse-me: “Pois é, seu Geraldo, ficou pior a emenda do que o soneto.
Então eu me lembrei de todas aquelas informações com que iniciei este texto e para não deixar que ela me zombasse, esnobei:
− E você por acaso sabe o que é soneto?
− Não, mas o senhor me entendeu, não é mesmo?

Essa era a Vera, não deixava nada pela metade. Ainda vou escrever um texto, não sei se crônica ou conto, contando uma estória em que ela foi enredada por outra pessoa.

sábado, 28 de novembro de 2015

Blog e BURQUINA FASO

BURQUINA FASO




Não sei se você sabe, mas tenho alguns blogs; um deles é o geraldochacon.blospot.com, mas no outro preferi colocar professor na esperança de ser localizado por alunos que pesquisassem na internet, por isso ficou professorchacon.blogspot e não sei se coloquei com.br ou somente o com e ponto final. Você já percebe que não sou muito bom nessas novidades que a molecada domina. Bem, estou falando isso porque só depois de um ano com esses blogs foi que notei que existe um recurso ou local, quando o bloguista (ou será blogueiro?) entra para modificar algo, fazer uma postagem, que mostra estatisticamente não só as visitas, quantidade (isso eu já sabia), mas também a origem, ou seja, de onde são ou estão aquelas pessoas que visitaram o blog. Dei pulos de alegria, fiquei muito contente, principalmente porque vi que havia gente dos Estados Unidos, da Alemanha, pensei logo que devia ser o casal que esteve hospedado aqui em casa. Havia também gente da França e Reino Unido, que imaginei como antigos alunos que estariam estudando, ou mesmo que se mudaram, mas o que me espantou foi a indicação de visitas provenientes da Russia e da Ucrânia. Mas isso ainda foi pouco, perto da descoberta de uma visita, uma só, uma só visita, que aparecia em último lugar, claro, e essa me enlouqueceu porque imagine que era proveniente de Burquina Faso. Isso mesmo, não há erro de digitação não, Burquina, palavra que nunca vi, completada com Faso, que desconheço totalmente. Podia ser Fase, faria certo sentido, mas Faso? Fiquei muito curioso e fui logo pesquisar onde ficaria esse lugar, pensando que deveria ser pequenino como o reino dos Mangauas que aparece num conto do meu livro A VIDA QUE EU VI. Imaginei também que, além de pequeno, deveria estar perdido na Ásia.

No entanto, para minha enorme surpresa, o país é relativamente grande e fica na África. Eu ainda estava esperando abrir o mapa na tela do computador e já minha mulher, sempre perguntadeira, quis saber:
─ Qual o idioma deles?
─ Burquinês, é claro!

Que mais poderia eu dizer? Nem fazia ideia de que o tal país existisse, como iria saber a língua que eles falam? Mas logo vi que foram colonizados pela França, daí podemos deduzir que lá se fala o francês além de, possivelmente, diversos outros idiomas ou dialetos das várias tribos que compõem a nação, que fica ao sul do Mali e ao norte de Gana. A palavra “burquina” no idioma more quer dizer “homens íntegros”, correspondendo à nossa expressão abaetê, do tupi e “faso”, proveniente do idioma dioula, significa “terra natal”, resultando numa denominação pouco modesta e muito orgulhosa de si próprios: “Terra de homens íntegros”.
Fico humoristicamente imaginando você recebendo um telefonema em que a voz do outro lado lhe pergunte: “Você conhece o “H” do Gu?”. Já vejo seus olhos arregalados de espanto e pensando, caso conheça algum Gustavo, uma porção de bobagens. No entanto, a pessoa estaria apenas querendo saber se você conhece a capital de Burquina Faso; Uagadugu.
  Agora, o que me dói e aperta meu coração de criança curiosa, que continuo sendo, é ter quase certeza de que nunca saberei quem foi a criatura burquinesa que entrou no meu blog e muito menos o que a levou a fazer isso.
Gostaria muito de escrever para ela e agradecer sua visita. Ah! Como eu gostaria de fazer isso! Tomara que entre de novo e leia essa crônica!



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

GINÁSIO E FRANCÊS

Eu sou um dos últimos remanescentes daquele tempo em que o ensino público era melhor do que o particular e que o ensino em geral era melhor do que hoje. Desculpe-me, não é nada de saudosismo, de jeito nenhum, até porque nada era fácil naquele tempo. No entanto, com toda facilidade de hoje os jovens revelam mais desconhecimento, para não usar o termo ignorância, do que em nosso tempo. Hoje, do quinto ao nono ano, correspondente ao antigo ginásio, deparo com estudantes que desconhecem a crase, as regras de acentuação e quando peço para anotarem meu nome e endereço de e-mail, algumas vezes, questionaram se Geraldo era com "g" ou com "j".
Não desmaiei, mas fiquei triste. Nós estudávamos latim, inglês e francês. Até hoje, lembro-me de alguns versos que me faziam chorar de tanta emoção. Eram de um poema famoso de Lamartine; Le Lac; 

Ainsi, toujours, poussé vers de nouveaux rivages,
dans la nuit éternelle emportés sens retour,
ne pourrons nous jamais sur l'océan des âges
jetter l'encre um seul jour?  

Pois, veja só a diferença de épocas, eu aqui sofrendo para registrar o que me veio  na memória e procurando em um dicionário antigo, se despetalando como rosa velha, com folhas caindo pelo chão, quando minha mulher me disse "por que você não pesquisa na internet e baixa o poema?"  Pesquisei, entrei no site bacdefrancais.net/lelac e vejam o que encontrei, agora é só comparar a primeira estrofe e verificar o quanto errei.

Le Lac

Ainsi, toujours poussés vers de nouveaux rivages,
Dans la nuit éternelle emportés sans retour,
Ne pourrons-nous jamais sur l'océan des âges
Jeter l'ancre un seul jour ?

Ô lac ! l'année à peine a fini sa carrière,
Et près des flots chéris qu'elle devait revoir,
Regarde ! je viens seul m'asseoir sur cette pierre
Où tu la vis s'asseoir !

Tu mugissais ainsi sous ces roches profondes,
Ainsi tu te brisais sur leurs flancs déchirés,
Ainsi le vent jetait l'écume de tes ondes
Sur ses pieds adorés.

Un soir, t'en souvient-il ? nous voguions en silence ;
On n'entendait au loin, sur l'onde et sous les cieux,
Que le bruit des rameurs qui frappaient en cadence
Tes flots harmonieux.

Tout à coup des accents inconnus à la terre
Du rivage charmé frappèrent les échos ;
Le flot fut attentif, et la voix qui m'est chère
Laissa tomber ces mots :

" Ô temps ! suspends ton vol, et vous, heures propices !
Suspendez votre cours :
Laissez-nous savourer les rapides délices
Des plus beaux de nos jours !

" Assez de malheureux ici-bas vous implorent,
Coulez, coulez pour eux ;
Prenez avec leurs jours les soins qui les dévorent ;
Oubliez les heureux.

" Mais je demande en vain quelques moments encore,
Le temps m'échappe et fuit ;
Je dis à cette nuit : Sois plus lente ; et l'aurore
Va dissiper la nuit.

" Aimons donc, aimons donc ! de l'heure fugitive,
Hâtons-nous, jouissons !
L'homme n'a point de port, le temps n'a point de rive ;
Il coule, et nous passons ! "

Temps jaloux, se peut-il que ces moments d'ivresse,
Où l'amour à longs flots nous verse le bonheur,
S'envolent loin de nous de la même vitesse
Que les jours de malheur ?

Eh quoi ! n'en pourrons-nous fixer au moins la trace ?
Quoi ! passés pour jamais ! quoi ! tout entiers perdus !
Ce temps qui les donna, ce temps qui les efface,
Ne nous les rendra plus !

Éternité, néant, passé, sombres abîmes,
Que faites-vous des jours que vous engloutissez ?
Parlez : nous rendrez-vous ces extases sublimes
Que vous nous ravissez ?

Ô lac ! rochers muets ! grottes ! forêt obscure !
Vous, que le temps épargne ou qu'il peut rajeunir,
Gardez de cette nuit, gardez, belle nature,
Au moins le souvenir !

Qu'il soit dans ton repos, qu'il soit dans tes orages,
Beau lac, et dans l'aspect de tes riants coteaux,
Et dans ces noirs sapins, et dans ces rocs sauvages
Qui pendent sur tes eaux.

Qu'il soit dans le zéphyr qui frémit et qui passe,
Dans les bruits de tes bords par tes bords répétés,
Dans l'astre au front d'argent qui blanchit ta surface
De ses molles clartés.

Que le vent qui gémit, le roseau qui soupire,
Que les parfums légers de ton air embaumé,
Que tout ce qu'on entend, l'on voit ou l'on respire,
Tout dise : Ils ont aimé !

Alphonse de Lamartine - Les Méditations poétiques

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Você faz sexo todo dia? Você faz sexo muitas vezes por semana? Quer saber qual deve ser o ideal?
Então copie o endereço abaixo e cole no seu navegador para ler matéria séria sobre o assunto.

https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/133787605915/a-felicidade-e-a-frequ%C3%AAncia-das-rela%C3%A7%C3%B5es-sexuais




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Shakespeare falou e disse:

"Visão é a capacidade de enxergar 
além do que os olhos são capazes."

Pensem nisso, rapazes!

sábado, 17 de outubro de 2015

Cronos e a crônica

Cris, você pediu e atendi logo, mas está muito rudimentar e pessoal, como uma moderna crônica de jornalista , sem muitas preocupações estéticas . Pesquise um pouco mais e desculpe os erros que podem ocorrer porque não pude nem reler.

CRONOS E CRÔNICAS

Lembro-me de um professor contar-me, há muito tempo, que os gregos diziam que antes de haver mundo, universo, reinava sobre o nada uma divindade chamada Caos, mas que depois veio Érebo, a noite, e em seguida Uranos e Gaia, ou seja, o céu e a nossa mãe terra. Uranos se apaixonou por Gaia e com ela gerou vários filhos, mas um deles, Cronos, nasceu com complexo de Édipo, foi muito antes de Freud, é claro, e por isso mesmo não pode ser tratado e chegou ao extremo. Certo dia, ou noite, não sei, Cronos com uma foice que passara afiando o dia inteiro, castrou o pai que vinha cobrir sua mãe. Pegou o pênis ceifado e atirou ao mar. Incrível o que aconteceu; o apêndice cortado ejaculou e fecundou as espumas das ondas marítimas, de onde nasce a belíssima Afrodite, deusa do amor.



Dizem alguns que ele daquele dia em diante passou a se unir à mãe com quem teve filhos e filhas, mas há controvérsias, há quem diga que foi com a irmã Réia, ou seria Géia? Sei lá, tanto faz, o importante e significativo é que ele devorava todos os filhos que nascia. De onde podemos descobrir que Cronos é o deus que simboliza ou encarna o tempo, tempo que esse que nos gera e nos devora. De cronos vem cronômetro, cronologia e crônica.





A crônica é um gênero que se transformou bastante através do tempo. Em nosso idioma, podemos dizer que ela surge para valer, nãos com os primeiros cronicões medievais, mas com Fernão Lopes, no período que costumamos chamar de Humanismo. Fernão Lopes faz um belo registro dos tempos de D. Pedro I e de D. João I, empregando descrições, diálogos, empregando uma técnica cinematográficas. É fabuloso! 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CEME E CORRUPÇÃO

Será que CEME é o mesmo que Farmácia Popular? Fui procurar isso e encontrei outra coisa, atirei no que vi e abati o que nem imaginei. Vejam como a corrupção vem de tempos atrás, garanto até que muito antes do que vou mostrar agora.

Pois é, veja o que encontrei na rede.  Clique aqui


Se você não quer ou não pode acessar o endereço acima, leia pelo menos o início dessa matéria: 
A Saúde detém o segundo maior orçamento da União, só menor que o da Previdência, que paga aposentadorias. São milhões de reais empregados em compras de medicamentos e produtos para bancos de sangue, motivo suficiente para que se criasse uma rede de corrupção, que existia desde o início dos anos 90. O esquema foi descoberto somente em 2004 com a Operação Vampiro deflagrada pela Polícia Federal através de escutas telefônicas autorizadas. A central de corrupção montada no Ministério da Saúde controlou, entre 1999 e 2004, compras de medicamentos para os programas DST/Aids, diabetes e hemoderivados que superaram R$ 4,4 bilhões.

Segundo apuração da Polícia Federal, pelo menos dois envolvidos na Operação Vampiro, também participaram do esquema de PC Farias, homem de confiança do presidente Collor: Lourenço Rommel Peixoto (à esq.) e Jaisler Jabour de Alvarenga. 

A Central de Medicamentos (CEME) foi envolvida desde o governo Collor em uma lista de crimes contra o povo brasileiro, um esquema que desviou cerca de R$ 4,4 bilhões na compra de derivados de sangue utilizados por hemofílicos.”

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

significado de IBIRAPUERA E GUARATINGUETÁ

Em tupi o puer indica passado e Ybirá significa árvore, então o significado do nome desse lindo parque paulistano, ao pé da letra, é a árvore que já era, que morreu, que caiu.

Em tupi, para indicar que há grande quantidade de algo, empregam ETÁ, daí o nome Paquetá para a ilha carioca (ou será fluminense?) porque lá havia muitas pacas, já na cidade paulista de Guaratinguetá, deveria existir muitos pássaros (guyrá) brancos (tinga), provavelmente porque lá deveria haver muitas garças.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Merda e amor, caralho e boas ações

QUE MERDA É ESSA?

Esse título foi sugerido, sem querer, por minha amiga Marli, aquela que descrevi em outra crônica como a dona das mais lindas pernas do Rio de Janeiro. Foi assim, tentávamos ligar para ela, mas não conseguíamos. Desistimos do celular e tentamos o fixo, tocou, tocou, e por fim caiu na secretária eletrônica que, após os trâmites normais, deu sinal de que alguém falaria, alguns ruídos, em seguida a voz septuagenária da nossa amiga Marli lançou essa:
- Que merda é essa?
                Depois veio o silêncio do outro lado, quebrado apenas pelo nosso riso. Era muito engraçado, ouvir daquela gentil senhora, tão tranquila, um protesto escatológico inesperado. O humor é fruto da quebra de uma determinada expectativa. Ela nem sabia que havia gravado involuntariamente essa exclamação. Estava irritada porque não conseguia entender o mecanismo de deixar gravado seu recado na secretária eletrônica.
                A propósito de quê, vem essa introdução? A propósito de algo que descobri ontem e que me fez o pensamento hoje, às 5 da matina, acordar com essa ideia: “Caralho, genial! Vou escrever sobre aquilo!” O aquilo, do meu pensamento, foi uma entrevista que li num blog lusitano, muito visitado e curtido, porque o bloguista usa palavrões. Em vez de usar termos como amor e paz, prefere escrever merda e porra.  Em vez de louvar aspectos positivos da vida, opta por meter o cacete no que está errado, e assim atrai o público, que provavelmente em sua maioria ou totalidade, também é e age assim. E assim, levam a vida! E assim a vida deve continuar, principalmente com esse reforço. Pensei, vou ser igual e diferente. Gostam de palavrão, então tomem; vão pra puta que pariu. Está bom assim? Não? Então vão tomar no cu publicamente. A frase assim, dita em uma reunião de professores, ouvi uma única vez, em 1982, da boca de um discreto e elegante professor de História. Marcou, porque ele jamais fazia isso; dizer palavrões. Sei que em certa idade da infância ou puberdade é normal o indivíduo ter esse gosto, que volta com a senilidade. Você se já está passando dos setenta, deve ter ouvido falar de alguém que tem pai ou mãe vivos, sobre esse problema. Pense, não é problema, é normal. Não dizem que na velhice voltamos à infância? Pois bem, entendo, só não compreendo é que uma pessoa saudável, inteligente, faça isso toda a vida. Ficar obsessivamente procurando blogs que falem de sexo e merda já se torna uma obsessão doentia, assim como ficar sempre e apenas criticando o que há de errado no mundo, falando de coisas negativas, de doenças, de azares e dores semelhantes. “Que merda é essa?”
                Isso me aborreceu e deixou preocupado porque eu já fui assim, sério! Se não estivesse criticando o governo corrupto, os patrões exploradores, os comerciantes ladrões, coisas que todo mundo já sabia, mas fingiam me dar atenção e ouvidos por gentileza; queixava-me da minha magreza, da garganta doendo e assim por diante. Um dia alguém me mostrou como eu era e me chamou de hipocondríaco. Foi uma dor imensa, marcou por vários dias, mas mudei. Não, não pense que mudei de um dia para outro, levou muitos anos, mas hoje, meus familiares notam a diferença. Aprendi a não ficar só me lamentando e criticando, mas fazendo pequenas coisas que não me custam nada, ou muito pouco, e fazem bem às outras pessoas; bem melhor do que ficar aporrinhando o ouvido delas com minhas baboseiras. Ah! Você quer sugestões? Por exemplo, hoje ao deitar, procure pensar, antes de adormecer, em coisas boas que você poderá praticar no dia seguinte. Quando acordar, faça um propósito sério de não criticar, nem se lamentar, mas perdoar e dizer coisas boas, fazer elogios e sorrir. Aqui, onde hoje vivo, é comum as pessoas nativas cruzarem os olhos quando passam pela gente e cumprimentar: “Bom dia!” No princípio, espantei-me, porque não era assim de onde venho, mas já me acostumei e ando procurando os olhos alheios para antecipar-me e fazer o cumprimento.
                Sugiro que observe à sua volta e dê lugar para que pessoas necessitadas se sentem, ajude alguém a carregar bolsas e pacotes até o carro, ou qualquer outro meio de condução. Um rapaz cedeu-me lugar numa longa espera em loja de telefonia celular. Faz vários dias, mas até hoje eu agradeço mentalmente, porque estava sentindo muita dor nas pernas e aquilo fez-me muito bem.
Outra sugestão, se vai de carro, diminua a velocidade e faça sinal, gesto, para alguém que quer atravessar a rua, para que passe. Pare até, se for o caso. Tenho notado que as pessoas ficam inseguras se vai dar tempo e então demonstro que as estou vendo e que não vou atropelá-las. Normalmente elas entendem e passam; muitas agradecem, outras passam direto. Tenho achado lindo e divertido! E tem feito muito bem, principalmente a mim. Porra, até me esqueci da escatologia. Eu ia lhe dizer que se quer saber o que é escatologia, vá ao dicionário, mas assim como facilitei a vida de quem queria atravessar a rua, facilitarei a sua.
                Não vou usar termos de dicionário, mas informar que escatologia tem dois significados; um é de que se refere ao gosto por termos e coisas asquerosas, nojentas e o outro, da filosofia que indaga os fins últimos da existência.

Esta, com certeza, foi a minha crônica mais escatológica. (Araruama 05/10/2015)

domingo, 4 de outubro de 2015

MANUEL BANDEIRA E A DÁLIA


 DÁLIA
Manuel disse que a dália
era uma flor plebeia.
Não concordo com Bandeira;
a dália pode não ser como a rosa,
não tem delicioso odor,
mas é uma flor formosa
que amo desde criança,
nos humildes jardins lá de casa
por minha mãe cultivada.

Sempre com amor e carinho.

Foi com saudade materna,
coração puro e alma terna
que plantei esta dália em meu caminho.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA

BIOGRAFIA de MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA




Manuel Antônio de Almeida, filho de portugueses pobres, nasceu no vapor “Hermes”, na costa do Rio de Janeiro a 17 de novembro de 1831. Almeida ficou órfão de pai aos dez anos de idade, tendo conhecido bem a pequena classe média urbana carioca que mais tarde retrataria em seu único romance. Estudou desenho na Escola de Belas Artes. Formou-se em medicina no ano de 1855. Para sobreviver, Almeida desde cedo trabalhou no jornal o Correio Mercantil, ora como revisor ora como redator. Nesse mesmo periódico, publicou as Memórias de um sargento de milícias, de 27 de junho de 1852 a 31 de julho de 1853. Almeida não assinou a obra, mas usou o pseudônimo “um brasileiro”. O autor ainda não tinha completado 22 anos. Em 1858, Almeida ingressou como administrador na Tipografia Nacional, onde trabalhava o aprendiz de tipógrafo Machado de Assis, na época com 19 anos. No ano seguinte, Almeida foi promovido a Segundo Oficial da Secretaria dos Negócios da Fazenda.
Morreu num naufrágio, junto à ilha de Santana, a 28 de novembro de 1861, quando iniciava sua carreira política. Ironia do destino para com o irônico escritor: O mesmo barco que o viu nascer findou com ele, pondo fim às suas carreiras.
Ficou consagrado com um único livro: Memórias de um sargento de milícias, cuja publicação não trazia o nome do autor.  Posteriormente, a obra foi reeditada em dois volumes (1854-1855), com alterações na ordem dos capítulos e assinado por “Um Brasileiro”. A obra ficou um tempo esquecida, até que mais tarde, no Modernismo, voltou a ser valorizada. Mário de Andrade apontou-a como precursora do seu Macunaíma.

BIBLIOGRAFIA

Memórias de um sargento de milícias (romance: 1852-1853), Dois amores (drama lírico: 1861) e uma Tese de doutoramento (1855), além de traduções e esparsos no Correio mercantil.


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

VELHO SAFADO

PARA LER ALGUMAS PÁGINAS DESTE LIVRO copie este endereço e cole na barra de navegação: https://agbook.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=velho+safado&sort=&commit=BUSCA


domingo, 27 de setembro de 2015

JOSÉ DE ALENCAR, biografia

José de Alencar



BIOGRAFIA

José Martiniano de Alencar nasce em Mecejana (CE) a 1º de março de 1829. Formou-se em Direito pelo Recife, tendo antes passado pela Faculdade de Direito de São Paulo, onde fundou uma revista semanal de Ensaios Literários. Ao terminar o curso, retorna ao Rio, colaborando diariamente com o jornal O Correio Mercantil.
            Em 1856, iniciou famosa polêmica a respeito de A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães, desentendendo-se com D. Pedro II, que era amigo particular de Magalhães. No mesmo ano publicou seu primeiro romance, Cinco Minutos, uma historinha do tipo “água com açúcar”, para distrair burguesinhas adolescentes. Em 1857, escreveu e publicou na forma de folhetim o romance O Guarani, como resposta à polêmica sobre a obra de Gonçalves de Magalhães. Esse romance é uma atualização da epopeia, como se com ele estivesse dizendo que, no século XIX, na literatura romântica, não havia mais espaço para a epopeia em versos. O tempo é para a prosa, mais condizente com a modernidade.
            Alencar candidatou-se a deputado pelo Partido Conservador pelo Ceará e foi eleito. Em 1861, estreou na política. Em 1868, ocupou o cargo de Ministro da Justiça. No ano seguinte candidatou-se a senador pelo Ceará, tendo sido o mais votado, mas teve seu nome vetado pelo imperador. A partir de então, dedicou-se inteiramente à literatura.
            Viajou para a Europa, em 1877, em busca de tratamento de saúde, pois havia contraído tuberculose, doença incurável naquele tempo. Retornou ao Rio no mesmo ano, e ali faleceu. Estava com 48 anos, e, embora ainda jovem, deixou-nos uma obra ficcional importantíssima, tanto pela qualidade, quanto pela quantidade. Além disso, seus romances oferecem um retrato do Brasil de Norte a Sul e do passado mais distante (antes dos portugueses aqui chegarem) até a época em que o autor viveu. Sua obra e sua vida representaram um verdadeiro combate contra a invasão da cultura estrangeira, buscando sempre cunhar uma língua literária nacional, que realmente expressasse a alma de nossa terra e de nossa gente. Nessa luta, podemos dizer que se inserem os romances regionalistas, como Til e O Sertanejo.

BIBLIOGRAFIA

            Destacaremos apenas os romances, segundo a ordem cronológica de publicação: Cinco minutos (1856), O guarani (1857), A viuvinha (1869), Lucíola (1862), Diva (l864), Iracema (1865), O gaúcho (1870), A pata da gazela (1870), O tronco do ipê (1871), Guerra dos Mascates (1871-1873), Sonhos d'ouro (1872), Alfarrábios (1873), Ubirajara (1874), Senhora (1875), O sertanejo (1875) e Encarnação (1893).

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Transcrição do livro: 
www.agbook.com.br 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mini biografia de Almeida Garrett

  Faço um estudo da obra FREI LUÍS DE SOUSA no primeiro livro, e no segundo, para a FUVEST, analiso VIAGENS NA MINHA TERRA, ambos do romântico português Almeida Garrett.

BIOGRAFIA 

            João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret nasceu a 4 de fevereiro de 1799, na cidade do Porto. O sobrenome Garret foi tomado de um ascendente irlandês do pai. Aos cinco anos de idade, Garret vive nas quintas do Castelo, às margens do rio Douro, perto do Porto. Depois da invasão francesa, a sua família muda-se para Lisboa e em seguida para a ilha Terceira, nos Açores. Nesse período, por volta de 1808, Garret inicia os seus estudos, completados entre 1811 e 1814 pelo frei Alexandre, seu tio, que lhe proporcionou boa formação vernácula e o introduziu na vida eclesiástica.
            Em 1815, Garret abandona a batina e parte para Lisboa, matriculando-se, no ano seguinte, na Universidade de Coimbra, onde estuda Direito. Nos três anos seguintes, Garret adere às ideias liberais, escreve uma tragédia, Xerxes, e encena outra, Lucrécia. Dedica-se, com afinco, à leitura dos românticos principalmente de Chateubriand.
            Garret participa da Revolução Liberal, a 24 de agosto de 1820, e luta contra o absolutismo. Participa do movimento acadêmico que reivindicava o direito de voto dos estudantes, nas eleições democráticas instituídas pela Revolução. Em 1821, forma-se em Leis e encena sua tragédia Catão. Nesse mesmo ano, conhece Luísa Midosi, com quem se casa no ano seguinte.
            No ano do seu casamento, torna-se motivo de escândalo e sofre um dissabor. A publicação do poema O Retrato de Vênus, desperta muitas críticas por parte da imprensa conservadora, que julgava a obra obscena. Garret é processado, mas consegue ser absolvido. Em 1823, após a contrarrevolução, que introduz outra vez o absolutismo em Portugal, Garret vê-se constrangido a refugiar-se na Inglaterra, deixando em Lisboa sua mulher. Procura regressar clandestinamente a Portugal, mas é apanhado e exilado imediatamente para a Inglaterra, onde trava conhecimento com a literatura romântica inglesa, principalmente com a obra de Byron e de Scott.[1]
            Em 1824, por problemas financeiros troca a Inglaterra pela França, onde, influenciado pelo Romantismo, escreve os poemas Camões e Dona Branca, obras que servem de marco inicial para o movimento em Portugal. Com a Carta Constitucional outorgada por d. Pedro IV (que foi D. Pedro I no Brasil), criando um meio termo entre o absolutismo e o liberalismo, Garret pode voltar a Portugal, reingressando no serviço público. Nesse período, funda e dirige um jornal liberal, O Português. Nessa época a contrarrevolução miguelista, adquire forças e D. Miguel é proclamado legítimo rei de Portugal, com consequente volta do absolutismo. Garret foge de novo para a Inglaterra, fixando-se em Londres e depois em Birmingham. Em 1831, funda em Londres um jornal, O Precursor, através do qual anima os liberais a se reunirem em torno de d. Pedro. A partir da França, uma expedição militar, de que ele faz parte, sai para combater d. Miguel.[2]
            Em junho de 1832, essa expedição sai de São Miguel, nos Açores, e um mês depois, desembarca próximo do Porto e toma a cidade. Durante esses eventos, Garret inicia seu romance O Arco de Santana e colabora na redação dos códigos criminal e comercial. Nesse mesmo ano, vai à Inglaterra e França em missão diplomática para conseguir apoio à causa liberal. No ano seguinte, consolidado o liberalismo, Garret é nomeado secretário de uma comissão encarregada de propor um plano geral de educação e ensino público. Em 1834, é nomeado cônsul geral e encarregado de negócios junto ao governo da Bélgica.
            Em 1836, volta a Lisboa e divorcia-se de Luísa. Funda o jornal político O Português Constitucional e elabora um plano para a fundação e organização do “teatro nacional”. É nomeado inspetor geral dos teatros e espetáculos nacionais.            Em 1837, é eleito deputado, funda o jornal Entreato - Jornal de Teatros e casa-se com Adelaide Pastor. Em 1841, vê morrer sua mãe e também sua mulher. Em 1842, consegue eleger-se deputado pela terceira vez e continua a brilhar na tribuna e na imprensa política. Interfere decisivamente na discussão da reforma do ensino em Portugal e combate o aumento dos impostos.
            Em 1846, depois da revolução denominada “Maria da Fonte”, Garret é reconduzido ao cargo de cronista-mor do reino. Nos quatro anos seguintes, Garret deixa a vida política, reduz a atividade literária, que é substituída por intensa vida social. Em 1850, apesar de sua oposição ao governo, torna-se vogal da comissão para o monumento a d. Pedro IV, reabilitando, dessa forma o seu prestígio.
            Em 1851, Garret é nomeado ministro plenipotenciário para tratar de uma convenção literária entre seu país e a França, recebe o título de visconde e ainda consegue eleger-se deputado mais uma vez. Em 1854, abandona a vida política e social, recolhendo-se em seu lar, sempre acompanhado de sua filha Maria Adelaide. A 9 de dezembro do mesmo ano, Almeida Garret falece, em Lisboa.

BIBLIOGRAFIA

Poesia: O Retrato de Vênus (1821), Camões (1825), Dona Branca (1826), Adosinda (1828), Lírica de João Mínimo (1829) Flores sem Fruto (1845) e Folhas Caídas (1853). Prosa de ficção: Arco de Santana (1845/50), Viagens na Minha Terra (1846).
Teatro: Catão (1822), Mérope (1841), Um Auto de Gil Vicente (1842), Frei Luís de Sousa (1844).





[1] Entre as biografias não vi referência a isso, mas aposto que também bebeu em outra fonte; Laurence Sterne, que já publicara (entre 1759 e 1770) o seu romance digressivo A Vida as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy.

[2] Os eventos de então são utilizados na construção do protagonista Carlos (de A Menina dos Rouxinóis), que pode ser visto como um alter ego de Garrett.



domingo, 13 de setembro de 2015

POESIA NOSSA DE CADA DIA

Está previsto para 21 de novembro o lançamento do meu próximo livro de poesia, com noite de autógrafos, promovido pela Aaraletras; Academia Araruamense de Letras. Imagino a capa mais ou menos assim:

GERALDO CHACON


POESIA NOSSA
DE CADA DIA




Poemas



2015