quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A NOVELA CONTINUA: capítulo 10

 

CAPÍTULO 10 – FILMAGEM PELO CANAL 10 DE ARARUAMA

Desde a estreia em Rio das Ostras tentei registrar a encenação de forma interessante, mas nada dava certo. Para registrar a primeira apresentação contratei um rapaz que me foi indicado e ele compareceu antes do horário e montou uma grande câmara profissional, mas quando recebi o registro vi logo que não poderia servir para nada a não ser meu arquivo pessoal; ele não se preocupou em levar um microfone de lapela e o som que mais se ouve, nitidamente, é o ruído dos aparelhos de ar-condicionado do Teatro Popular de Rio das Ostras.

A segunda e terceira gravação foi no micro teatro do Espaço Multicultural Gene Insanno, que apresentam deficiência de luz e captação de imagens desnecessárias, como cabeça de espectador o tempo todo. Fiz vários orçamentos e sondagens e notei que além do preço alto, que eu não poderia pagar, não havia garantia de qualidade. Até que a sorte me procurou; meu amigo Marcos Serpa foi contratado para dirigir o Canal 10 de Cabo Frio e mediante um contribuição fez um registro que ficou ótimo em termos de som e de luz. Para melhorar mais ainda, ele fez gratuitamente uma edição com planos médios e closes de modo que ficou ótimo. Além da contribuição eu permitia a exibição do monólogo pelo canal, oito vezes.  O que, para minha humilde pessoa, foi uma honra. Urra!

Posteriormente, dividi a filmagem em 13 postagens, e dez delas já está disponível no canal Geraldo Chacon, no YouTube, para quem quiser assistir.clique aqui




terça-feira, 29 de setembro de 2020

NONO CAPÍTULO DA NOVELA "OS LUSÍADAS NO TEATRO"

 CAPÍTULO 9 – APRESENTAÇÃO NO COLÉGIO DE PRAIA SECA

 

Em certo período, decidi me apresentar para os estudantes do Ensino Médio de uma escola perto de casa, e sem qualquer dificuldade ou burocracia, a direção e coordenação combinou e ajustou comigo uma data.

Compareci na noite determinada e fizemos a apresentação num espaço interno, já que o prédio não  tinha auditório e a praça de esportes era ao céu aberto. Apesar da inadequação do espaço, tudo correu às mil maravilhas e a apresentação intimista, sem a trilha sonora, obteve sucesso e conseguiu manter a atenção dos estudantes todo o tempo.

Fiquei muito feliz e tive uma ideia; sugerir para escolas particulares algo que seria tanto importante para os estudantes (o conhecimento da poesia e vida de Camões), quanto para a escola (numa operação de marketing) mostrando que ela se preocupa com a cultura. Antes, durante e após a apresentação, seriam feitas fotos que depois constariam de um livro com o texto da peça e as melhores fotos que seriam selecionadas pela direção, professores e por mim. Esse livro ficaria à disposição de quem quisesse comprar num site da internet.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

OITAVO CAPITULO DA NOSSA NOVELA "OS LUSÍADAS NO TEATRO"

 

CAPÍTULO 8 – TEATRO MUNICIPAL DE ARARUAMA

O teatro de Araruama estava ainda na fase final de reforma depois  de muitos anos fechados. Nossa emoção era muito grande. Eu estava ansioso para me apresentar na reinauguração da sala de espetáculos e ali comparecera para ver o andamento da reforma e me inscrever para participar com a minha peça.

Estacionei meu carro na praça. Eu o havia comprado especialmente para transportar o cenário da peça. Depois de ter conversado com os funcionários do teatro, fui para o lugar em que havia estacionado o veículo, mas não o encontrei. Havia sido roubado.  Não vou contar aquela rotina de ir à polícia, depois  lidar com a seguradora e esperar  receber para comprar outro veículo. A apresentação aconteceu antes disso e dependi de um amigo para levar o cenário.

Chegou o dia e a hora de me apresentar . Ansioso, eu saí do camarim algumas vezes e entreollhei por trás da cortina o público que chegava. Era pouco e isso me angustiava. Dera entrevistas nas emissoras de rádio e distribuíra folhetos, além de alguns convites grátis para professores das escolas locais, mas não via um bom resultado. Pior de tudo, nunca me acontecera isso, as duas primeiras fileiras de assentos estavam vazias. Nunca vira isso acontecer nos teatros de São Paulo, nem nos teatros de Rio das Ostras e Cabo Frio.

Entrei em cena muito aborrecido, mas algo misterioso aconteceu; nem bem iniciara a primeira cena e já estava esquecido de tudo e numa emoção maravilhosa, atuando de modo grandioso, enlouquecido mesmo, com o coração empolgado. Minha voz retornava e eu sentia que estava perfeita. Foi tanta minha surpresa com tudo e aquilo tocava tanto o público que, ao terminar, não time tempo nem condição de fazer os agradecimentos como é nosso costume no teatro, porque enquanto parte do público aplaudia de pé, outra parte invadia o palco para me abraçar e cumprimentar.

- Nossa! Eu assisti a estreia em Rio das Ostras e hoje foi muito emocionante, não sei o que deu em você. Estava incrível.

Foi o que ouvi de uma amiga, em seguida veio o amigo que me cedera a sala para o ensaio geral com público, que disse:

 - Eu ia dizer o mesmo, estava espetacular. Eu assisti ao ensaio aberto, gostei muito, mas agora fiquei muito mais emocionado.


 


 

domingo, 27 de setembro de 2020

CAPÍTULO 7 DA NOVELA "OS LUSÍADAS..."

 

ESPAÇO MULTICULTURAL GENE INSANNO


Foram 4 sábados em agosto de 2016, e sempre muito emocionante porque o Espaço Multicultural Gene Insanno é aconchegante. Após uma apresentação, fui procurado por um senhor que queria ter partido antes de começar a apresentação, mas por insistência de alguém de sua família ficou e gostou, confessando-me: “Você me proporcionou hoje a maior emoção da minha vida.” E se foi, sem que me ocorresse dizer a ele a mesma frase. Outra emoção foi ler o artigo do jornalista Camilo Mota, que coloco a seguir:












sábado, 26 de setembro de 2020

CAPÍTULO SEIS DA NOVELA Os Lusíadas no teatro

 

Capítulo 6 – APRESENTAÇÕES EM CABO FRIO – Teatro  USINA 4

Depois de algumas apresentações esparsas de parte da peça em festivais de Cabo Frio, agendamos apresentações no teatro Usina 4. Fizemos entrevistas para divugar o monólogo em rádio, tvs e distribuímos panfletos em lugares públicos. Certo dia aconteceu o que bem poderia ser uma piada. Ao entregar a propaganda a uma senhora, ela me perguntou sobre o que era a peça e quando lhe disse que era sobre a primeira viagem de Vasco da Gama às Índias ela com alegria exclamou: “Meu marido vai gostar, ele é vascaíno”!

Após as apresentações no teatro eu  tive duas alegrias; uma foi o elogio do diretor José Facury, que foi sincero, porque tempo depois me contratou para auxiliar na adaptação da obra máxima de Mário de Andrade: Macunaíma. A outra alegria foi porque o ator e mímico Jiddu Saldanha que exclamou, logo que terminei a última fala: “Estou chorando”. E sua apreciação depois apareceu na internet, quando escreveu uma crítica repleta de elogios. Pena que não a encontrei agora para incluir aqui.

 


“CAMÕES EM CABO FRIO, NO TEATRO USINA 4

Entrei em cena e improvisei: "Meu nome é Luís Vaz de Camões e eu escrevi Os Lusíadas, em que conto a viagem de Vasco da Gama às Índias. Creio que faz dois anos que o Vasco da Gama esteve aqui neste teatro e contou a chegada dele em Melinde, onde narra para o rei de lá toda a história dos reis de Portugal e de sua viagem até ali.” Aí já emendei para o texto normal contando o fim da viagem e a volta a Portugal. Mas logo no começo, tinha observado a atenção e ligação forte da plateia e também a presença do meu amigo e companheiro de trabalho em outra peça, o Solano, e mais surpreso ainda fiquei quando reconheci o rosto de um senhor muito simpático e atento, na primeira fileira.

 Lembrei-me dele.  Ele era dono de um mercadinho perto do teatro. Eu tinha lhe falado do meu trabalho, convidei-o, mas ele disse que não poderia ir, porque fechava o mercado às 20:00 quando começavam as apresentações e ainda tinha que ir ao fornecedor para buscar produtos para reabastecer seu estabelecimento. Que agradável surpresa! Ele deve ter se esforçado para conseguir chegar a tempo. Bem, apesar da trilha musical não ter tocado porque deu algum tipo de erro no computador, eu fiquei numa sintonização tão harmoniosa com o público que nem liguei e ainda improvisei "cacos" e cenas que levaram as pessoas ao riso e a momentos de emoção que também me tocaram muito. Felicidade incrível, esse é o melhor pagamento para nós artistas, o maior prêmio! Aplaudiram muito! E eu ainda me enlevo de amor e gratidão até hoje!”

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Capítulo 5 da novela CAMÕES NO TEATRO

 

Capítulo 5 – ESTRÉIA DA PEÇA – Teatro popular de RIO DAS OSTRAS

 


Preparação – Agendamos a apresentação em Rio das Ostras e mandamos imprimir panfletos para divulgar, procurando inicialmente visitar o maior número de escolas possíveis, distribuindo o impresso e falando com as pessoas sobre a importância da epopeia camoniana. Em colégio estadual obtivemos permissão de visitar e falar do espetáculo em todas as salas e só isso já me deu grande alegria, porque sei que mesmo que não tenham ido ao teatro, pelo menos receberam uma semente que pode despertar o interesse por Camões e sua obra. Finalmente, demos entrevista em emissora de rádio local, distribuímos folders nas ruas e afixamos cartazes em alguns estabelecimentos locais.

A primeira apresentação não teve grande público, mas vimos que as pessoas que foram se emocionaram e riram, demonstrando que estavam curtindo. Quando terminei, enquanto as pessoas ainda estavam aplaudindo, à minha esquerda, na plateia, uma senhora emocionadíssima gritou: “Mas essa peça é uma aula de História”. Ao que um senhor do lado direito completou também emocionado e como que corrigindo a professora (claro que devia ser professora de História): “... e de teatro!” Depois fiquei sabendo que se tratava de Carlos Henrique Pimentel, que fora ator e naquele momento ocupava  cargo importante na Fundação Rio das Ostras de Cultura.

No segundo dia foram 3 apresentações e uma delas lotou com a presença de muitos estudantes, o que me levou a fazer uma palestra complementar sobre o gênero épico e sobre a genialidade do vate lusitano. Os estudantes fizeram questão de foto e consegui umas poucas para mim.

domingo, 20 de setembro de 2020

CAPÍTULO 4 da nossa novela

 

NOVELA: VAMOS TIRAR CAMÕES DO OSTRACISMO

 

Capítulo 4 – FINALIZAÇÃO DOS TRABALHOS – Grupo Operários da Arte

Em 2015, ainda não estávamos nos últimos ensaios, quando senti necessidade de apresentar o que estava fazendo ao meu ex-diretor e sempre amigo José Paulo Rosa. Viajei para São Paulo e sem cenários e adereços, apresentei-me para o pessoal do RIA, na sede do grupo, onde também compareceram pessoas vindas de Brasília (o ator Chico Sátyro e duas professoras suas amigas.) alguns amigos convidados. Todos elogiaram muito, mas o diretor, como é próprio do profissional, apresentou várias críticas e sugestões que levei em conta e procurei melhorar nos ensaios seguintes. Mais uma vez, obrigado Zé Paulo.

 


Já estávamos com o espetáculo quase pronto, então Angelah convidou um músico amigo, Vítor Brício, para fazer a trilha sonora. Ele assistiu alguns ensaios, levou uma cópia do texto e criou a trilha que ainda utilizamos com prazer. Não cobrou nada assim como Eliandro, só participação na bilheteria. Obrigado amigos! Nos últimos ensaios, convidamos outro amigo, grande ator e também diretor Alexandre Corecha, que com sabedoria e sensibilidade deu sugestões que adotamos e funcionaram muito bem. Fizemos um ensaio aberto, sem o cenário e as pessoas demonstraram ter gostado muito. Preparamo-nos para a estreia. O diretor da revista La Femme gostou muito e publicou várias fotos.



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

CAPÍTULO 3 DE NOSSA NOVELA

 

Capítulo 3 – NOVOS CAMINHOS SE ABREM – grupo Operários da Arte

- Angelah Dantas aceitou me dirigir depois de ter visto e gostado da minha apresentação no saral da Aaraletras, Academia Araruamense de Letras.

 Começamos a ensaiar não me lembro o mês, no ano de 2015, toda sexta-feira tinha hora para começar à tarde, por volta das 16 horas, mas não tinha hora definida para terminar.

O que determinava o fim era o cansaço, ou a constatação de que determinada parte estava boa e bem marcada. Eliandro Martins começou a planejar e a criar o cenário e os elementos adicionais, os adereços. Eu fui comprando o que era necessário e quando podia. A peça foi crescendo, Angelah começou a perceber aspectos do texto que me emocionaram, como a atualidade de Camões. Uma delas, então, tornou-se mais forte quando o incêndio quase destruiu a parte de cima de minha casa; “Grandes e gravíssimos perigos, ó caminho de vida nunca certo...” Isso está no vídeo no youtube junto com imagens do incêndio e de parte do monólogo:

 https://youtu.be/kk_ROhhmP9A .

Quando puder visite meu site www.literaturaeteatro.com.br que vou fechar nos próximos dias por falta de condições. Me esqueci de dizer que fiz apresentações gratuitas numa grande sala vazia do mercado LAGOA E MAR da Praia Seca, Araruama, cedido pelo sr. Maurício.




quarta-feira, 16 de setembro de 2020

NOVELA "VAMOS TIRAR CAMÕES DO OSTRACISMO"

 

Capítulo 2 – Origem próxima – Mais dedicação ao grupo RIA

Dois anos depois, a lista do vestibular da Fuvest mudou e a peça com Ayrton passou a atrair menos o interesse das escolas, então encerramos as atividades e cada um iniciou outros trabalhos, agora separadamente.

 No grupo RIA encenamos SAGARANA  (não recordo a data) e PRIMEIRAS ESTÓRIAS (2003) de Guimarães Rosa. Depois um lindo espetáculo com poemas do heterônimo de Fernando Pessoa: CAEIRO EM PESSOA em 2006, que ficou em cartaz até 2008.



Paralelamente, eu continuei sonhando com Os Lusíadas e fui adaptando a obra toda, só conseguindo isso em 2009, mas a primeira apresentação em uma escola do município de Igaratá, deixou evidente para mim o que já me dissera o diretor José Paulo Rosa, um monólogo não pode ultrapassar 60 minutos. O ideal mesmo seria 50 minutos, mas minha peça estava com uma hora e meia, os alunos gostaram, elogiaram, mas eu vi vários ficarem cansados e uns poucos com os olhos quase fechando. Retomei a adaptação e conforme fazia, apresentava a pequenos grupos de amigos.

Isso até 2011, quando me mudei para o Rio de Janeiro, e em 2012 mudei-me para a região dos Lagos, onde comecei a me apresentar em saraus em Araruama e Cabo Frio e na seresta de Arraial do Cabo. Além de meus poemas gostava de apresentar fragmentos da obra de Camões. Numa dessas apresentações no Clube Náutico de Araruama, após interpretar a morte de Inês de Castro, passei pela diretora do grupo de teatro Operários da Arte, Angelah Dantas, que de rosto espantado me disse “você é louco!”. Eu já tinha ouvido essa frase de outras pessoas, mas não ligava. Então pressenti naquele momento uma oportunidade e na semana seguinte fui procurar Angelah Dantas e pedi para me dirigir.






segunda-feira, 14 de setembro de 2020

NOVELA: VAMOS TIRAR CAMÕES DO OSTRACISMO

 

Capítulo 1 – COMEÇO DE TUDO – Ano 1.998

 

Foi na estreia do Brás Cubas. Terminamos a apresentação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, dirigida por José Paulo Rosa, do Grupo RIA, no antigo Teatro Lucas Pardo Filho,  próximo à pça Roosevelt e do lado da rua Guimarães Rosa, e fui abraçado pelo ator e diretor Airton Salvanini. Eu interpretara o narrador Brás Cubas, e foi  meu primeiro trabalho profissional. Ayrton ficou impressionado e me convidou para fazer um trabalho com ele. Reunimo-nos na semana seguinte e ele pediu que eu adaptasse os cantos 3 e 4 de Os Lusíadas, concentrando-me nos episódios A morte de Inês de Castro e O Gigante Adamastor.

Durante alguns meses, não me lembro quantos, eu adaptava e ensaiava com ele esses dois episódios que fariam a abertura do espetáculo. Ele entraria em cena logo após a minha saída e declamaria 13 poemas do livro Libertinagem de Manuel Bandeira. O espetáculo terminava com uma condensação de Morte e Vida Severina, em que interpretávamos todos os personagens. Era uma brincadeira divertidíssima e nos apresentamos em muitos colégios na capital e no interior de São Paulo. A apresentação mais inesquecível para mim foi no teatro de Osasco, lotadíssimo, e ao interpretar Adamastor, fui aplaudido em cena aberta.

Por mais de dois anos, além de escrever livros pra os vestibulares PUC, PUCAMP, UNICAMP e FUVEST, lecionar em Sorocaba..

Inês pede piedade ao rei