quinta-feira, 30 de março de 2017

CANTIGA DE AMIGO MODERNA




ENFIM CASADA


Você despontou naquela esquina,
Senti no coração uma pontada,
De repente voltei a ser menina:
Deslumbrada, enamorada, apaixonada.

Você me pediu uma informação
E eu gaguejando, que coisa horrível,
confessei com sincera emoção
que estava sozinha, disponível.

Você mudou na hora seu caminho,
Abraçou-me pra cruzar a avenida.
Só isso para mim já foi carinho
E me senti apaixonada e protegida.

As nossas mãos se prenderam em nós, 
Tínhamos à frente nova vida.
Eu não mais me sentia a sós,
Agora era amada e protegida.

Agora nós dois somos apenas um
E nossa existência um conto de fada,
E não vejo à frente problema nenhum
Porque além de querida, estou casada. (Geraldo Chacon, inédito, 25/03/2017)

* Obrigada Luciana Teixeira e minha amiga Sol, pela visita e amável comentário.

domingo, 19 de março de 2017

SOLITÁRIA, SOLTEIRA, SOZINHA



SOLITÁRIA

Pensei que vivo sem eira nem beira
agora mesmo, triste, na cozinha,
sem ter para encostar uma eira:
solteira, solitária, sozinha.

Melhor seria cantar uma ária,
ou levar uma vida de rainha,
do que levar essa vida mesquinha:
sozinha, solteira, solitária.

Qualquer pescadora de ribeira
leva vida melhor do que a minha,
em vez de flor, uma erva daninha:
sozinha, solitária, solteira.

* Na Idade Média, como as mulheres em geral não escreviam, eram os homens nobres, trovadores, que compunham assumindo o eu lírico feminino. Esses poemas receberam a designação de CANTIGAS DE AMIGO. O rei de Portugal, Dom Dinis, fez muitas cantigas de amigo. Fazia muito tempo que eu não compunha uma cantiga de amigo, mas ontem, pela madrugada, veio essa inspiração num momento de insônia. Achei simples e interessante e logo veio outra, como que continuação desta, com a mesma personagem. Semana que vem, depois de revisar, vou colocar aqui. Aguarde! Geraldo Chacon

quinta-feira, 2 de março de 2017

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE MINHA PEÇA

Se puder, quando puder, se quiser, leia no meu outro blog mais informações sobre minha encenação do monólogo POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS; adaptação que estou fazendo de: OS LUSÍADAS