segunda-feira, 18 de setembro de 2017

OS LUSÍADAS EM CABO FRIO RJ

VELAS ABERTAS, PROA APONTANDO PARA CABO FRIO. 
QUANDO?  DIAS 3 E 4 DE NOVEMBRO; 
ÀS 20:00 chegue meia hora antes para garantir seu ingresso.

POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS é o título desse monólogo, dirigido por Angelah Dantas.

ONDE? No USIN4 que fica à rua Geraldo Abreu, 4, Cabo Frio, perto da Rodoviária. Referência: próximo da Henrique Terra.

Veja o que disse o cartunista Sendino: "Adorei o espetáculo, a adaptação de Os Lusíadas. Nunca imaginei que Camões ficasse bem em teatro, e ficou. Se isso já foi feito antes, não tenho notícia. Adorei a interpretação de todos os personagens, transmitindo emoção, da velhinha encarquilhada ao Gigante Adamastor. E adorei também as marcações de cena, o apito, as roupas, a representação cenográfica e sobretudo o som, perfeito para cada ocasião. Acho que o mesmo ator, desde que seja bom – como foi –, combina mais com o clima simbólico do espetáculo. Mais atores, na minha opinião, exigiria também uma superprodução, com cenários mais realistas. Do jeito que está, tudo fica 'redondo'."

sábado, 16 de setembro de 2017

NÃO TENHO MEDO DA MORTE

Pensando em um poema canção de Gilberto Gil e lembrando-me do meu velho pai, escrevi:

POEMA PROSAICO


Meu pai se foi,
embora tenha adiado esse dia por muito tempo.
Acreditou até que não iria mais.
Certa vez me disse que todos de seu tempo já tinham partido.
“Só eu que não!” Dizia ele com muito orgulho.
Mas como dissera Vieira
não há mais garantia que está perto nossa vez
do que o fato de termos durado muito.

Quando será a minha?
Sim, comigo não será diferente.
Não ficarei para semente.
Só espero que meu trem não demore
e que o maquinista não me esqueça na estação.
Afinal de contas, depois dos setenta
parece-me estar fazendo horas extras
e sempre gostei de ir pra casa cedo.

Se partir sem dor nem conflito
ficarei contente;
já escrevi meus livros,
Já criei meus filhos,
Já plantei muitas árvores,
- várias em quintais alheios -.
Só falta a terra, mãe sempre acolhedora,
 agasalhar-me em seu seio.


Oh, Gaia adorada! Não me deixe virar
uma ruína encarquilhada!
Abraça-me enquanto ainda me sinto homem
e posso possuir-te como se fosse
a última mulher amada.