segunda-feira, 5 de novembro de 2012

BOM TEATRO SE CONSEGUE ASSIM

            Para uma peça de teatro ficar boa é necessário, em primeiro lugar, um bom texto, caso contrário nem os melhores atores conseguiriam salvar o espetáculo. Mas, cuidado, até um bom texto pode se tornar prejudicial, caso se estenda mais do que deva, porque nesse caso torna-se cansativo e pode entediar, se não toda, pelo menos uma parte da platéia. Um bom texto, conciso, fica melhor se tiver alguns toque de humor e abordar criticamente problemas de nossa realidade, de nosso cotidiano. Tudo isso e muito mais a gente encontra na peça Cucaracha, texto do premiado dramaturgo Jô Bilac. O diretor Vinicius Arneiro, com direção minimalista, realiza um excelente trabalho retratando a relação – ora cômica, ora delicada – entre uma paciente (Júlia Marini) e a enfermeira (Carolina Pismel) que a acompanha durante anos de internação hospitalar. As duas atrizes primorosamente arrancam risos e exclamações da platéia desde as primeiras cenas, mantendo a emoção até o apagar das luzes. O espetáculo transita do sério para o humor e do absurdo para o realismo com tranquilidade e desenvoltura. Há uma cena em que o trabalho de Carolina Pismel deixou-me encantadíssimo, porque consegui isso uma única vez, quando interpretava a montagem paulista de Memórias Póstumas de Brás Cubas, quando no grupo RIA. E ela, no mesmo dia, fez isso duas vezes. Acredito que Constantin Stanilasvski ficaria maravilhado. Você tem só até dia 11 de novembro para assistir, no Centro Cultural do Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Tel.(21)3808-2020 para mais informações. Veja uma foto da peça feita por Paula Kosssatz:

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