sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Dom Sebastião, o desejado

      Quando em minhas aulas, eu contava a história de Dom Sebastião, todos riam muito e alguns duvidavam do que eu dizia. Poucos chegaram a me dizer que eu pegava pesado demais na caracterização do rei, responsável pela publicação de Os Lusíadas, de Camões. Gostaria de dizer-lhes agora, se por acaso passarem pelo meu blog, que a coisa era muito pior. Naqueles tempos de aulas em colégios e cursinhos de São Paulo, eu ainda não havia lido o romance histórico de Aydano Roriz, intitulado O Desejado. Não investiguei ainda se tudo que ele escreve tem base em pesquisa séria, mas vejam o que encontrei:

"      - Do ponto de vista estritamente físico - continuou o cristão-novo -, às vezes a natureza comete algum engano e nos prega lá as suas peças, Sereníssimo. Crianças que nascem cegas ou cochas, por exemplo.
        - Sei...
       - O caso de Dom Sebastião sem dúvida é bem mais raro, mas no fundo é algo parecido. A natureza pregou-nos uma peça, fazendo que Sua Alteza nascesse com petrechos sexuais masculinos e femininos.
       - Do jeito que falas... - e Dom João fez ar de mofa - parece ser a coisa mais natural do mundo. Um homem com boiceta!... Só falta tu me dizeres que vão crescer-lhe os peitos!"

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