quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ALITERAÇÃO

Pediram-me para explicar o que é aliteração, pois aí vai. Aliteração é uma figura de linguagem que enriquece o texto. É muito empregada pelos poetas e pelos compositores da MPB que conhecem bem a nossa língua. Consiste na repetição proposital de fonemas (sons) consonantais, veja esses exemplos:

Pedro pedreiro penseiro. Toda gente homenageia Januária na janela. (Chico Buarque)
Não importa a letra (grafia) como g/j ou c/ç/ss, mas apenas a sonoridade idêntica.

Vida, vento, vela, leva-me daqui... (creio que é de Belchior)


A frouxa luz da alabastrina lâmpada

Lambe voluptuosa os teus contornos... (Castro Alves) 

O poeta dos escravos foi muito feliz ao empregar essa aliteração, conferindo grande sensualidade, como que projetando sobre a luz da lâmpada o desejo do amante de lamber todas as curvas da mulher amada.


Troe e retroe a trompa. (Gonçalves Dias)



Em um poema procurei fazer uso desse recurso:

               AMADOR


A ponte aponta um ponto no horizonte.

Aponte o meu coração,
aperte o gatilho,
pouse em meu quarto;
parto de amor não dói.





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