terça-feira, 8 de abril de 2014

GUIMARÃES ROSA

A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA

de João Guimarães Rosa
condensado e analisado por Geraldo Chacon

            INTRODUÇÃO

                Publicado pela primeira vez em 1946, o livro Sagarana constitui uma obra-prima da produção de Guimarães Rosa, revelando uma linguagem literária inovadora, repleta de rupturas sintáticas e um léxico mágico, tal a combinação de neologismos e regionalismos.
                Dos nove contos, todos magníficos, costuma-se destacar a história do valente Augusto Matraga que, de valentão e mau, converte-se em santo justiceiro. A estória de Augusto Matraga (regional),  é uma verdadeira saga do homem na sua travessia por esta existência (universal). Matraga pode ser visto como o homem no sentido universal, assim como já o fez o cineasta Werner Herzog ao contar a história de Kaspar Hauser no filme O Enigma de Kaspar Hauser. A trajetória de Matraga como que recria simbolicamente a evolução do ser na sua luta pela aprendizagem do viver e da ascensão espiritual.

SÍNTESE DO ENREDO


                O valente Nhô Augusto vive despreocupado com as dívidas em farra e valentia. Não cuida de sua mulher Dionóra , nem de sua filha. Sua mulher foge com outro, Ovídio. Seus capangas passam para outro patrão, Major Consilva. Só fica com ele o Quim, que se diz covarde. Na busca de vingança, Augusto é surrado pelos próprios capangas com os antigos guarda-costas do Major. É dado por morto, quando cai todo arrebentado em uma pirambeira.
                Augusto é socorrido por um casal e, depois de muito sofrer, recupera-se da surra. Arrepende-se de seus pecados e luta por sua salvação. Não bebe, não fuma, não olha para mulher, não procura ganhar dinheiro. Trabalha muito para ajudar os outros e para mortificar seu corpo. Conhece Joãozinho Bem-Bem que se torna seu amigo e admirador, convidando-o a ingressar no bando. Augusto recusa e o jagunço parte.
                Tempos depois, Augusto viajando num jumento, chega ao arraial do Rala-Coco, onde reencontra o valentão Joãozinho Bem-Bem, que renova o convite. Joãozinho vai executar uma família, porque um de seus membros matara Juruminho à traição, quando lá chegaram. O pai da família implora piedade em nome de Jesus e Maria. Comovido, Augusto decide tomar seu partido e luta contra o bando e Joãozinho. Brigam com lealdade e valentia. Morrem os dois, mas contentes porque se reconhecem como homens de coragem, que se enfrentaram com dignidade. O conto já foi adaptado para cinema e teatro. 
* Se você tiver interesse por meu trabalho completo sobre essa obra ou qualquer outra de nossa literatura, entre em contato: 
                                                           gchacon2003@yahoo.com.br 

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