sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Bons modos, educação, urbanidade, etiqueta

Estou com a leve impressão de que as pessoas estão perdendo a noção do que sejam bons modos. Educação, então, passou a ser aquelas informações que você acumula nos bancos escolares, ou seja, concepção bancária de educação, tão criticada por Paulo Freire. Hoje em Sampa, logo pela manhã, tentei atravessar pela faixa de pedestre, mas fui impedido por um veículo que a ocupava inteira. Olhei firme nos olhos do motorista maleducado e ele me devolveu o olhar que transmitia bem ironicamente aquela expressão de "não estou aqui por que eu quero, mas porque preciso", em seguida, passei por uma bela moça que esperava pelo ônibus e a vi abrir a boca quase a ponto de me engolir. Pude contar todos os seus dente e ver suas cordas vocais. Também a olhei, sorrindo, e ela parece não ter me entendido, porque alongou a musculatura da face sem se preocupar em usar a mão para encobrir a boca escancarada. Lembrei-me que no Rio, semana passada, contei 6 vezes esse acontecimento durante uma viagem de Metro, que durou apenas 15 minutos. Observei também que tanto em Igaratá quanto em Itacaré, onde as calçadas são estreitas, os jovens não cedem lugar aos mais velhos, pois várias vezes eu precisei ceder o meu lugar na calçada para que pudessem passar, em  vez de acontecer o contrário. Lembro que no primeiro ano escolar, ainda em Santa Bárbara, Minas Gerais, aprendi com minha professora que eu deveria ceder o meu lugar na calçada para os mais velhos por uma questão de urbanidade, mas também faria isso para uma garota da minha idade só que por gentileza. Então guardei que quando faço algo porque é norma social, é obrigação, isso se chama urbanidade, enquanto o que faço de favorecimento a outra pessoa, sem que seja meu dever, sem que haja uma obrigatoriedade, como deixar uma pessoa sentar-se num lugar que é meu por direito, aí temos a gentileza.

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