quarta-feira, 3 de agosto de 2016

BOCA DO INFERNO define o priapo para as freiras

Gregório de Matos poeta e pinguço revolucionário, recebeu de uma freira UM BILHETE  perguntando o que era um priapo. Ele respondeu nestas décimas:

Ei-lo vai desenfreado,
que quebrou na briga o freio,
todo vai de sangue cheio,
todo vai ensanguentado:
meteu-se na briga armado,
como quem nada receia
foi dar um golpe na veia,
deu outro também em si,
bem merece estar assi    [assim],
quem se mete em casa alheia.

Inda que pareça nova,
Senhora, a comparação,
É semelhante ao Furão [mamífero usado em caçadas],
que entra sem temer a cova:
quer faça calma, quer chova,
nunca receia as estradas,
mas antes se estão tapadas,
para as poder penetrar,
começa de pelejar
como porco às focinhadas.

Tanto tem de mais valia,
quanto tem de teso, e relho,
é semelhante ao coelho,
que somente em cova cria:
quer de noite, quer de dia,
se tem pasto, sempre come,
o comer Ihe acende a fome,
mas às vezes de cansado
de prazer inteiriçado
dentro em si se esconde, e some.

Este, Senhora, a quem sigo,
de tão raras condições,
é caralho de culhões
das mulheres muito amigo:
se o tomais na mão, vos digo,
que haveis de achá-lo sisudo;
mas sorumbático, e mudo,
sem que vos diga, o que quer,
vos haveis de oferecer
a seu serviço contudo.

Usei muito esse poema em palestras e aulas, mas a versão que declamo é um pouco diferente, vou relembrar e colocar outro dia e também contarei um episódio hilário que ocorreu numa palestra para professores do Paraná em Faxinal do Céu,na Universidade de Professores.

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