MANUEL BANDEIRA, um poeta popular

 ASSIM COMO BANDEIRA

 

O que amo em ti

não são esses olhos doces, delicados

nem esse riso de anjo adolescente.

O que amo em ti

não é só essa pele acetinada

sempre pronta para a carícia renovada,

nem esse seio róseo e atrevido

a desenhar-se sob o tecido.

O que amo em ti

não é essa pressa louca

de viver cada vão momento

nem a falta de memória para a dor.

 O que amo em ti

não é apenas essa voz leve

que me envolve e me consome,

nem o que deseja todo homem;

flor definida e definitiva

a abrir-se como boca ou ferida,

nem mesmo essa juventude assim perdida.

 O que amo em ti

enigmática e solidária: É a Vida! (do meu livro POESIA NOSSA DE CADA DIA)

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 ** Certa noite eu sonhei que estala dando aula no Colégio Bandeirantes e lendo para os alunos um poema do popular poeta Bandeira, mas acordei como se ainda tivesse declamando, lembrando os versos. Então corri e escrevi o texto acima, pela manhã peguei o livro do poeta e vi que havia feito um poema de forte intertextualidade; quer dizer, tinha ideias e frases que se pareciam, mas não foi uma paródia, somente um canto paralelo.