Capítulo
2 – Origem próxima – Mais dedicação ao grupo RIA
Dois anos depois, a lista do vestibular da Fuvest mudou e a
peça com Ayrton passou a atrair menos o interesse das escolas, então encerramos
as atividades e cada um iniciou outros trabalhos, agora separadamente.
No grupo RIA encenamos
SAGARANA (não recordo a data) e
PRIMEIRAS ESTÓRIAS (2003) de Guimarães Rosa. Depois um lindo espetáculo com
poemas do heterônimo de Fernando Pessoa: CAEIRO EM PESSOA em 2006, que ficou em
cartaz até 2008.
Paralelamente, eu continuei sonhando com Os Lusíadas e fui adaptando a obra toda, só conseguindo isso em
2009, mas a primeira apresentação em uma escola do município de Igaratá, deixou
evidente para mim o que já me dissera o diretor José Paulo Rosa, um monólogo
não pode ultrapassar 60 minutos. O ideal mesmo seria 50 minutos, mas minha peça
estava com uma hora e meia, os alunos gostaram, elogiaram, mas eu vi vários
ficarem cansados e uns poucos com os olhos quase fechando. Retomei a adaptação
e conforme fazia, apresentava a pequenos grupos de amigos.
Isso até 2011, quando me mudei para o Rio de Janeiro,
e em 2012 mudei-me para a região dos Lagos, onde comecei a me apresentar em
saraus em Araruama e Cabo Frio e na seresta de Arraial do Cabo. Além de meus
poemas gostava de apresentar fragmentos da obra de Camões. Numa dessas
apresentações no Clube Náutico de Araruama, após interpretar a morte de Inês de
Castro, passei pela diretora do grupo de teatro Operários da Arte, Angelah Dantas,
que de rosto espantado me disse “você é louco!”. Eu já tinha ouvido essa frase
de outras pessoas, mas não ligava. Então pressenti naquele momento uma oportunidade e na
semana seguinte fui procurar Angelah Dantas e pedi para me dirigir.
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