Nem de um nem de outro.
domingo, 24 de junho de 2018
sábado, 23 de junho de 2018
O IMPROVISO DO PALHAÇO
Para quem não viu e deseja ver o vídeo eliminado do youtube, veja nesse endereço Improviso do palhaço
quinta-feira, 14 de junho de 2018
AOS POETAS DA REGIÃO DOS LAGOS e de todas as águas brasileiras
Tu és o louco da imortal loucura;
O louco da loucura mais suprema.
A terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema desventura.
Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma desventura extrema;
Faz que tu’alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.
Tu és o poeta, o grande assinalado;
Que povoas o mundo despovoado
De belezas eternas, pouco a pouco.
Na natureza prodigiosa e rica,
Toda a audácia dos nervos justifica,
Os teus espasmos imortais de louco!
Cruz e Sousa
quarta-feira, 13 de junho de 2018
ALBERTO CAEIRO heterônimo de Fernando Pessoa
Não me importo com rimas. Raras vezes
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.
Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...
Comentário:
Poema metalinguístico de Caeiro, já que trata da própria atividade de escrever, do seu
estilo de composição. Justifica seu verso livre, sem preocupação com rima ou
métrica, não por proposta modernista, mas como resultado de sua postura natural
perante a vida e a natureza. Seus versos são livres e diferentes entre si,
assim
como as árvores também são distintas uma das outras. Fernando Pessoa em cartas
e anotações explica algumas coisas que foi descobrindo, enquanto escrevia para
Alberto Caeiro. Por exemplo, Caeiro era doente dos pulmões, por isso, dos
heterônimos foi o que morreu mais moço.
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