Lírica é a poesia que tenta captar a emoção, o sentimento, que sentimos em determinada situação. Funciona como se fosse uma fotografia para que ao olharmos mais tarde possamos nos lembrar e sentir aquilo de novo ou então permitir que outras pessoas se emocionem ao compartilhar o mesmo sentimento. Quando o leitor ainda não sentiu aquilo que ali está, é bem possível que não goste do poema, porque não capta a poesia que nele está. Poema é o texto escrito, poesia é a alma que alimenta as palavras que ali estão.
AMOR É...
O amor é ferida que dói e não se sente,
dizia o velho poeta, abrindo porta decente
para quem quisesse definir tal sentimento.
O amor, para mim, é como um rio,
corre sempre,
esteja quente ou faça frio,
mas há um tipo de amor
que se parece mais com o mar;
grande, forte, poderoso,
ora calmo, ora violento,
pode até mesmo sufocar.
Já vi, também, outro tipo de amor
que se parece com brisa;
vem suave, pura carícia,
muita paz e alegria,
envolto em riso que alisa,
dá calma no sofrimento,
ajuda a crescer, a subir.
Cuidado porém, com o amor
Que se parece com vento;
muita fala e promessa,
muito canto e lamento,
mas o que é bom de verdade,
deixa para o futuro
e quando se dá conta,
vê que está só e no escuro.
Também encontrei na vida
um tipo raro de amor
que chega e se instala, como musgo,
não se anuncia, não avisa,
cai como leve semente,
gruda na pele como tatuagem
– assim dizia o trovador urbano –
Caminha sempre lado a lado,
parece mais amizade,
e na hora da procela, sufoco,
dor, maremoto, é que agente vê
quanto vale esse tipo simples de amor.
Ele é dor que não embriaga,
é como ave voando, tranquila.
E de repente, não mais que de repente,
sem como e nem porquê,
vira esse amor que agora vejo
que há entre NÓS DOIS.
Um comentário:
Tudo tem a hora certa de acontecer. Ler poesia, ir ao teatro, definir qual o tipo de leitura que apreciamos...aconteceu de eu encontrar essa maravilha...Parabéns Sr Geraldo Chacom. Beleza tem muitos jeitos até meio sem jeito...seus poemas e poesias são geniais.
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