Dia 2 não tive tempo para postagem, mas queria usar a data para homenagear minha mãe. Sinto-me feliz de ter tido uma mãe assim, tão forte e determinada. Fico feliz também por ter feito de minha humilde pessoa o ser que ele sonhava, de ter me tornado uma pessoa de que ela se orgulhava. Vou transcrever aqui um dos poemas que fiz para ela;
ELEGIA PARA MINHA MÃE
Onde vais minha mãe?
"Vou ali e volto
já, vou aplicar uma injeção numa senhora doente".
Sai minha mãe para o
escuro e eu menino em casa sozinho.
Outra noite, outra
lua, mas é a mesma história; lá vai minha mãe para a rua.
Onde vais minha mãe?
"Vou ali, mas
volto logo, só vou pôr essas flores num anjo."
E eu só via sua
sombra passando leve pela porta. Lá ia minha mãezinha enfeitar uma criança
morta. E eu, miudinho, de cara para a parede, chorando em casa sozinho.
Outra semana, outro
mês, e a mesma história, continua, para ajudar os necessitados, minha mãe enfrenta
a noite fria e nua.
Os filhos de várias
idades já se fazem companhia. Os anos são fatos passados, sem que nadinha
mudasse, nem mesmo com a velhice que próxima se fazia.
Mas, como sempre
acontece, seja na ficção ou na vida, um dia a mudança nos chama; seja Geraldo,
Eurídice ou Orfeu.
Minha mãe adoeceu,
caiu pesada na cama. - Mamãe, não nos abandone tanto, não nos deixe sozinhos
assim!
"Sinto muito, filho, é a vida que um dia chega ao fim. Calma porque eu vou muito longe agora, não volto mais. Fiz tudo que devia, vou ficar em paz. Por isso, não chorem, mas cantem baixinho uma linda canção para mim. Nada de lamento triste no meu último dia, cantem aquela canção do Milton Nascimento, aquela que diz assim:
MARIA MARIA!”
(Cantamos sim, mas cantamos chorando.)
3 comentários:
😑😥.
Mãe é mãe. Também perdi minha mãe.
Linda história.
Com um final normal, a mãe partindo e os filhos ficando.
Porém, desenvolvida de uma maneira graciosa, que prende a atenção.
Parabéns
Felicidades.
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