CONVERSA
COM VITORINO
Meu
caro Vitorino, venho
aqui como um garoto,
como
se fosse um menino, para
de ti receber instrução.
Foi
por isso que com alegria saí
bem cedo, logo de manhã,
e
vim para sua casa, hoje
denominada da poesia.
dei
uma volta pela prainha,
depois
fui ainda mais longe,
caminhei
até a Praia dos Anjos,
mas
finalmente ganhei coragem
e
aqui entrei resoluto
e
estou firme, decidido.
Sei
que perto de ti não sou nada, apenas um aspirante,
um
novato atrevido, mas veja meu coração,
perceba
minha sinceridade
ao
expor minha fraqueza.
Só
quero aprender contigo a beleza de fazer versos,
de
dizer coisas boas, de agradar às pessoas,
de
captar a alma da poesia.
Não,
por favor, não se afaste de mim,
não
fique irritadiço
porque
isso não combina com seu nome,
quer
dizer, sobrenome.
Dê-me
a mão, faça-me companhia.
Agora
há pouco, seu neto passou pela janela,
estava
tão apressado o Júnior, nem nos viu.
Por
favor, não seja severo, não me olhe assim,
porque
eu, sabe, sou inseguro.
Sinto-me
um tanto pateta,
um
tonto, mas no fundo, eu sei,
que
tenho alma de poeta
e
às vezes, como você,
sinto
uma ânsia insaciável
de
amor e de amizade.
Assim
como você, não desejo mais utopia
nem
ser um rico nababo.
Só
quero compor algo popular, singelo.
Talvez
não tenha sido por acaso
Que
tenha me ordenado o Fado
vir
viver em Arraial do Cabo.
Geraldo
Chacon
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