sábado, 25 de outubro de 2014
ANSIEDADE E HUMILDADE
O Dalai Lama quando questionado sobre seu modo de lidar com a ansiedade, deu uma grande lição de humildade e sabedoria, colocando como exemplo sua ansiedade antes de uma palestra a fazer: "Creio ter a honestidade e a motivação adequada é o segredo para superar esses tipos de medo e ansiedade. Portanto, se estou ansioso antes de uma palestra, costumo me lembrar de que a razão principal, o objetivo de proferir a conferência, é o de pelo menos trazer algum benefício às pessoas, não o de exibir meu conhecimento. Portanto, aqueles pontos que conheço eu me disponho a explicar. Aqueles que não entendo perfeitamente... não fazem diferença. Digo apenas que para mim aquilo é difícil. Não há nenhum motivo para esconder nada, nem para fingir. Com esse ponto de vista, com essa motivação, não preciso me preocupar quanto a parecer bobo ou me incomodar com o que outros pensem de mim. Descobri, portanto, que a motivação sincera atua como um antídoto para reduzir o medo e a ansiedade." (p. 305 de A Arte da Felicidade)
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Significado de Paquetá e Guaratinguetá em tupi.
Na postagem anterior falei sobre alguns termos em tupi. Logo me apareceram algumas perguntas. Engraçado, sempre sobre cidades. Itanhaém, por exemplo, perguntaram porque notaram o ita que significa pedra, e querem saber o nhaém, o que é. Bem, significa prato e semelhante ao inglês, o tupi inverte os termos nesse caso, em vez de dizer "prato de pedra", apenas inverte e junta os termos "ita + nhaem", daí: Itanhaém.
Guaratinguetá apresenta uma terminação bastante comum em vários outros nomes de lugares, etá, que significa muito. Exemplo: Paquetá, resulta da fusão de paca + etá, logo o lugar devia ter muitas pacas no passado. Tinga é branco e guyra é ave, pássaro, logo devemos concluir que em Guaratinguetá as garças eram abundantes.
Guaratinguetá apresenta uma terminação bastante comum em vários outros nomes de lugares, etá, que significa muito. Exemplo: Paquetá, resulta da fusão de paca + etá, logo o lugar devia ter muitas pacas no passado. Tinga é branco e guyra é ave, pássaro, logo devemos concluir que em Guaratinguetá as garças eram abundantes.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Significado de Itanhangá e Ipanema
Encontrei alguns equívocos em sites e blogs, por isso resolvi esclarecer aqui algumas coisas. Em vários sítios encontrei explicações que diziam, "é termo tupi-guarani", isso não existe, pelo menos foi o que aprendi com o prof. Eduardo Navarro, quando frequentei seu curso na USP (como ouvinte). Ou é tupi ou é guarani, como há o espanhol e há o português. Então, em tupi, i é rio ou água, daí que piraí, significa rio do peixe. Pira é peixe, então piracaia é peixe queimado. Em i + panema, o encontro forma "água fedida ou podre" como significado. O segundo termo funciona como adjetivo, uma característica do termo anterior. Então, itanhangá não poderia significar espírito de pedra, como vi em um dos lugares que procurava explicar o significado do termo. Ita é pedra e anhangá é um espírito da floresta (em um sítio encontrei diabo como significado, absurdo, os índios não tinham a noção dessa figura); então um sentido mais próximo da nossa cultura itanhangá seria "pedra viva", revelando a percepção de determinada pedra como dotada de alma, de espírito. Mais algumas palavras de que me lembro rapidamente: itaúna, pedra preta; ibiuna, terra preta; iúna, água preta; iguape, de i = rio + gua = enseada + pe = preposição em, o que deve ser traduzido como "na enseada do rio".
terça-feira, 21 de outubro de 2014
UM GAÚCHO DE PERNAMBUCO? EM ARRAIAL DO CABO?
O GAÚCHO DE PERNAMBUCA
(Está incluso no livro A VIDA QUE EU VI publicado pela Agbook.)
Você conheceu o gaúcho da
Pernambuca? Não, da Pernambuca mesmo. Não é de Pernambuco, já
imaginou que gozado; um gaúcho de Pernambuco? Nada disso, era daqui
da praia de Pernambuca, na divisa de Arraial com Araruama. Falei era
daqui, por falar, ele apareceu, assim, do nada, um dia apareceu
pedindo comida na casa da Rose, essa que trabalha aqui com a gente na
pousada. Ela diz que ele nunca falou do passado dele, nem as outras
pessoas que conheciam ele, ninguém nunca soube de onde ele veio, nem o
que fazia antes. Aqui, ele pedia. Era um pedinte. Mas pedia com educação, com humildade.
Era gentil, engraçado. Vez em quando trabalhava em coisa simples
como cortar uma grama, ajudar alguém a cavar um buraco, um alicerce.
Bebia, mas não de cair na rua ou fazer vexame.
A Rose diz que a primeira vez que ele apareceu no portão dela, fez
figura, falando com educação:
- Minha senhora, desculpe-me se a incomodo, mas estou com fome e
gostaria de lhe pedir para me arrumar alguma coisinha para comer.
- Entra, vem comer com a gente.
Parece que até esse dia ninguém tinha convidado ele para entrar,
sentar na mesa com a família. Então, ele acabou voltando mais vezes
e depois ficava conversando como se fosse um velho amigo da casa.
Costumava ajudar em alguma coisa, teve um dia que ele até levantou
antes da mesa, antes dos outros terminarem, e lavou toda a louça,
assim, naturalmente, conversando, como se fosse um costume dele.
Aconteceu um dia, de ele aparecer e a Rose ficar sem jeito,
aborrecida, porque não tinham qualquer mistura em casa. E quando
falou isso para ele, ficou ofendido, protestando que que ela estava
pensando dele, que era como eles, que se eles iam comer sem mistura,
ele também comeria porque ele não era ninguém especial, não era
mais do que eles, que bobagem é essa, ele falou. Então ela pôs
comida para ele que comeu tudo e quando terminou, elogiou:
- Que feijão com arroz mais gostoso! Comidinha boa assim, nem faz
falta de mistura.
Várias semanas depois disso, a coisa ficou preta pra eles. O marido
dela quebrou a perna jogando bola num domingo e ficou sem trabalhar
uns dias. Ela precisou gastar com remédio para um filho que ficou
muito doente. Até que certo dia, comeram o resto do que havia em
casa e ficaram sem nada, mas nada mesmo para comer. Ela até desligou
a geladeira depois que ficou vazia. E foi nesse dia que apareceu mais
uma vez o gaúcho. Nessa época, ele já não chamava mais no portão,
entrava direto. Quando Rose viu ele na cozinha, porque a casa dela
não tinha sala, a cozinha servia de sala-copa e cozinha, então,
como eu dizia, quando ela viu ele, ficou muito triste e a cara dela
não engana ninguém, o que ela sente fica na cara. Se ela tá bem,
você olha, vê ela sempre risonha, com aquele bocão escancarado. Se
está ruim, não há jeito dela rir, de jeito nenhum. Então o gaúcho
olhou para a cara dela e viu logo que a coisa não estava boa.
Perguntou e ela falou:
- Hoje tá difícil. Ele de um movimento rápido e natural abriu a
geladeira e fechou.
- Puxa vida, não tem nada mesmo!
Só falou isso e saiu imediatamente sem nem mesmo dizer tchau. A
Rose não achou estranho, não pensou nada a respeito do gesto dele.
Eu, quando ela me contou, achei que ele foi um ingrato, quando havia
comida ele ficava, conversava, agora, numa hora dessa, será que ele
não podia conversar um pouco? Não é? Isso, distrair ela um
pouquinho. Mas não era nada disso não, umas duas horas depois, ou
pouco mais, voltava o gaúcho com uma senhora e os dois, em cada mão,
traziam uma sacola, cheia de alimentos e ainda duas quentinhas
cheirosas. A Rose virou uma cachoeira de tanto chorar.
A Rose continua trabalhando aqui. Ele não, morreu. Ah! Não sei lhe
dizer não. Só sei que o gaúcho morreu.
Geraldo Chacon
sábado, 18 de outubro de 2014
PORTUGUÊS FALADO NO BRASIL
LÍNGUA
BRASILEIRA OU PORTUGUÊS FALADO NO BRASIL?
Durante a semana
alguém manifestou seu desejo que denominássemos nossa língua de
brasileira e não de portuguesa. Nao hora disse-lhe que não via
motivo para isso, mas não argumentei, nem desenvolvi o assunto, por
falta de tempo. O problema, no entanto, ficou dando voltas na minha
cabeça como um besouro inoportuno.
Não foi a
primeira pessoa que me disse isso e lembro-me vagamente de, no
passado, já ter também pensado dessa maneira. É óbvio que nos
orgulhamos do nosso idioma e olhamos para ele com certa vaidade e
satisfação por saber que ele foi enriquecido pela língua dos
índios, dos africanos, italianos e tantos outros povos com seus
idiomas característicos. Claro que não podemos deixar de lembrar as
mudanças que nós mesmos vamos proporcionando a cada dia, quase sem
perceber, e quando damos conta, a linguagem dos nossos filhos já
ficou muito distante da que falavam nossos queridos avós. Isso é
fatal, irreversível e não há como impedir.
Veio-me à
lembrança uma mudança que acompanhou a minha existência desde
1970, quando me preparava para fazer o vestibular da FUVEST. Uma de
minhas professores, disse que a palavra aperitivo no português
arcaico, ainda em formação, significava purgante. Aconteceu um dia,
dizia ela, que um sujeito foi tomar uma bagaceira, quer dizer, uma
cachaça lá dos ibéricos, e fez uma careta quando enguliu, comeu
logo um torresminho para tirar aquele gosto ruim, e reclamou:
- Que horror,
que aperitivo é esse que tu me deste, ô Manuel?
Todos se riram e
daquele momento em diante, vários passaram a pedir um trago com o
novo nome: “Ô Manuel, dá-me um aperitivo daqueles teus!” E a
moda pegou. Explicava nossa mestra, que o portuga tinha feito uma
comparação entre as duas situações, ele estava tomando algo de
gosto forte, desagradável, de barriga vazia, assim como quem tomava
purgante. Nas duas situações, costumava-se dar uma cuspida e comer
logo algo por cima, para tirar o gosto ruim.
Em menos de dez
anos, creio que foi em 1976, estava eu na casa de uma família,
esperando pelo almoço para o qual tinha sido convidado. Estava com
uma fome de cão abandonado. Lá da cozinha, vinham os sons de vozes
e ruídos de panelas e tampas e outros acessórios da arte culinária.
Em dado momento, a gentil dona da cssa foi ver como eu estava e
perguntou se eu não queria um aperitiva. Fui bastante franco, porque
agora chegava também, até meu nariz, o aroma da comida em
preparação. Joguei verde:
- Não, muito
obrigado. Eu não posso beber nada assim, de barriga vazia, fico
bêbado em poucos minutos.
- Não, não é
bebida, não! São uns queijinhos, torradinhas, coisas assim para
enganar a fome até o almoço ficar pronto.
Claro que aceitei
e comi tanto que depois almocei só para fazer companhia e jus ao
convite. A partir dali, incorporei que aperitivo não era mais apenas
líquido alcoólico que se bebe antes da refeição, com desculpe
para abrair o apetite. Daquele momento em diante, aperitivo era
qualquer bebida ou alimento sólido que se toma antes da refeição
principal. Se tivéssemos o interesse e a paciência de Guimarães
Rosa, poderíamos fazer uma pesquisa e levantar uma porção de
palavras que tiveram seu significado ampliado ou totalmente alterado
pelos nossos compatriotas.
Outra coisa de
que nos orgulhamos é da riqueza de nossa língua. Um amigo meu, José
de Alencar, calma, não aquele, o escritor, que não sou tão velho
assim. Alencar é um paulista de cuja amizade pude privar desde os
quinze anos. Ele ficou indignado certa vez, numa palestra na
Biblioteca Mário de Andrade, ao ouvir um francês comparar e dizer
que a língua francesa era mais rica do que a nossa. Alencar ficou
furibundo porque, assim como nosso romântico escritor, amava o nosso
idioma, especificamente o português falado no Brasil. Eu me lembrei
disso imediatamente ao escrever “queijinhos” alí em cima.
Recordei porque o meu amigo então pediu ao palestrante que
traduzisse algo como “uma cazinha”, quando o francês fez a
tradução literal, Alencar protestou:
- Não senhor,
eu não lhe disse “uma pequena casa” nem “uma casa pequena”,
mas uma casinha.
É natural que o
francês não tenha entendido. Quando eu digo: “ontem conheci uma
velhinha”, não estou dizendo que a mulher era pequena, mas que era
bem velha mesmo, ou então que era uma velha muito simpática e eu
fiquei querendo um bem muito grande a ela. Muitas vezes empregamos o
diminutivo para expressar nosso carinho. Por isso, quando digo minha
casinha está às suas ordens, os convidados não se espantam ao
encontrar um casa com quatro quartos, sala ampla, cozinha muito
grande. Constatam o carinho que sinto por ela e, também, podem notar
aí um pouco de falsa modéstia. Isso também faz parte de nossa
cultura.
Não estou agindo
cientificamente, nem era essa minha intenção, mas raciocinando como
pessoa comum e não como professor. Quero apenas argumentar e
convencer a quem pensa como a pessoa que me fez ter esses
pensamentos, que tudo isso não justifica criar uma nova denominação
para o idioma português. É e será sempre o português falado no
Brasil, assim como o inglês falado nos Estados Unidos, na Austrália,
ou o francês falado no Canadá e nos países colonizados pela
França. Como diria meu amigo Paquale: “É isso aí”.
Geraldo Chacon
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Vitorino Carriço e Arraial do Cabo
CONVERSA
COM VITORINO
Meu
caro Vitorino, venho
aqui como um garoto,
como
se fosse um menino, para
de ti receber instrução.
Foi
por isso que com alegria saí
bem cedo, logo de manhã,
e
vim para sua casa, hoje
denominada da poesia.
dei
uma volta pela prainha,
depois
fui ainda mais longe,
caminhei
até a Praia dos Anjos,
mas
finalmente ganhei coragem
e
aqui entrei resoluto
e
estou firme, decidido.
Sei
que perto de ti não sou nada, apenas um aspirante,
um
novato atrevido, mas veja meu coração,
perceba
minha sinceridade
ao
expor minha fraqueza.
Só
quero aprender contigo a beleza de fazer versos,
de
dizer coisas boas, de agradar às pessoas,
de
captar a alma da poesia.
Não,
por favor, não se afaste de mim,
não
fique irritadiço
porque
isso não combina com seu nome,
quer
dizer, sobrenome.
Dê-me
a mão, faça-me companhia.
Agora
há pouco, seu neto passou pela janela,
estava
tão apressado o Júnior, nem nos viu.
Por
favor, não seja severo, não me olhe assim,
porque
eu, sabe, sou inseguro.
Sinto-me
um tanto pateta,
um
tonto, mas no fundo, eu sei,
que
tenho alma de poeta
e
às vezes, como você,
sinto
uma ânsia insaciável
de
amor e de amizade.
Assim
como você, não desejo mais utopia
nem
ser um rico nababo.
Só
quero compor algo popular, singelo.
Talvez
não tenha sido por acaso
Que
tenha me ordenado o Fado
vir
viver em Arraial do Cabo.
Geraldo
Chacon
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
ANGLO, CURSO APROVE E COLÉGIO BANDEIRANTES
Creio que jamais conseguiria decidir em qual das escolas acima eu tive maior prazer em lecionar. Se deixar de lado distinções como salário, plano de saúde, e levar em conta apenas a aceitação e o carinho dos alunos, não consigo mesmo resolver. Jamais em outras situações tive alunos tão bons, tão dedicados, tão respeitosos, amáveis, colaboradores, estudiosos. Eu dizia sempre para os do colégio que vivia pedindo a Deus que se tivesse que lecionar no céu, depois de finar, só o faria se houvesse salas com o mesmo tipo de alunos. Já no Aprove, cursinho para alunos das classes mais necessitadas, eu desbocadamente dizia que era puta, que dava aula em outras escolas pelo bom salário, mas que ali não, ali no Aprove eu dava quase de graça, dava por amor; aulas, é claro. Estou recordando isso porque acabo de abrir um velho livro que há muito não relia, nem consultava e descobri esse bilhete de uma aluna de Mogi das Cruzes:
Que alegria! Meus olhos transbordaram em cachoeira silenciosa e eu nem consigo lembrar do rosto dessa tão doce Bianca. Bianca, me perdoe, memória fraca, mas garanto que olho esse bilhete e me encho de carinho por você e torço para que um dia a gente possa de novo se ver e darmos um abraço apertado. A essa altura você já deve ser uma profissional realizada, semeando essa sua simpatia por todos que têm a sorte de viver próximos de você. A você e a todos meus amáveis alunos do Band, Anglo e do Aprove, um saudoso abraço. Minha vontade era prender todos aqui bem perto de mim.
domingo, 5 de outubro de 2014
POR QUE separadamente
Faz algum tempo, comentei aqui alguns erros na internet e outro dia abordei a questão do emprego de porque e por que. Expliquei que quando se trata de pergunta, deve ser registrado separadamente. Agora mesmo vi um vídeo no Face em que aparece essa frase: "Sabe porque?". Deveria estar separado, por se tratar de pergunta.
Creio que na ocasião em que escrevi, não comentei que mesmo sendo a pergunta indireta, isto é, sem uso do ponto de interrogação, também deve ficar separado. Exemplos: Não sei por que a mulher é considerada sexo frágil. Gostaria de saber por que você gasta tanto tempo na rede e não dedica pelo menos alguns minutos ao estudo da gramática.
E quando o sintagma está no final da frase, colocando acento mais forte na última sílaba, devemos acentuar graficamente também: "Você fez isso comigo por quê?"
E quando o sintagma está no final da frase, colocando acento mais forte na última sílaba, devemos acentuar graficamente também: "Você fez isso comigo por quê?"
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
POESIA ÉPICA E DRAMÁTICA - BIBLIOTECA DE ARARUAMA
Venha participar da segunda palestra, 09/10/2014, do ciclo BATE PAPO LITERÁRIO, com início às 17 horas, na Biblioteca de Araruama. Nesse segundo encontro abordarei os gêneros literários ÉPICO e DRAMÁTICO, ilustrando com poemas de Camões, Gil Vicente, Oduvaldo Vianna, e texto de minha autoria. Sintam-se convidados e levem os amigos.
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