Clarice
Lispector
BIOGRAFIA SUCINTA
Outra escritora maravilhosa, que fez parte da terceira geração Modernista, Clarice
Lispector nasceu na Ucrânia, em 1925, mas veio para o Brasil com apenas dois
meses de idade. A família, depois de uma breve estada em Alagoas, mudou-se para
Pernambuco. Foi em Recife que Clarice passou a sua infância. Desde tenra idade
demonstrou interesse pela leitura e pela produção de textos.
Em
1937, já morando no Rio de Janeiro, Clarice termina o colégio e inicia seus
estudos de Direito da Faculdade Nacional. Inicia então sua carreira como
redatora, inicialmente na Agência
Nacional e depois, no jornal A Noite.
Em
1944, aos dezenove anos, Clarice estréia na ficção com seu primeiro romance: Perto do coração selvagem. O livro, que
tinha sido recusado antes por algumas editoras, chamou a atenção de parte da
crítica, pois fugia aos padrões literários que eram então praticados no Brasil.
Por estar casada com diplomata, passou quinze anos fora do Brasil, acompanhando
o marido, de quem se separou em 1959, quando voltou ao Brasil, fixando
residência no Rio de Janeiro, onde veio a falecer de câncer em 1977.
BIBLIOGRAFIA
Contos: Laços de família (1960),
A Legião estrangeira (1964), Felicidade clandestina (1971), A
Imitação da rosa (1973), A Via-Crucis do
corpo (1974), Onde estiveste de noite
(1974) e A Bela e a fera (1979).
Romances: Perto do coração selvagem (1944), O Lustre (1946), A Cidade
sitiada (1949), A Maçã no escuro
1956), A paixão segundo G. G. (1961),
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969),
A Hora da estrela (1977) e Um sopro de vida (1978).
SÍNTESE DO ENREDO de A HORA DA ESTRELA
Assim
como Dom Casmurro e São Bernardo, também essa obra apresenta
dois relatos. Um deles é o da nordestina Macabéa, moça magrela e pobre
absoluta, pois não lhe falta apenas dinheiro, falta tudo, inteligência,
esperteza, auto estima. Ao perder os pais muito cedo, ela passa a ser criada
por uma tia má, que a castigava física e mentalmente. Depois, vieram para o Rio
de Janeiro e a tia conseguiu um emprego para ela. A tia morrera e ela passara a
morar com outras moças, dividindo um quarto. Um dia, Macabéa conhece Olímpico,
também nordestino, e começam a namorar. Ele é o seu oposto, bem falante,
metido, convencido e cheio de esperanças com relação ao futuro. Vê-se logo que
não é namoro que dê certo. Olímpico deixa-a logo que conhece Glória, sua colega
de serviço. Glória, talvez por remorso de ter roubado seu namorado, aconselha
Macabéa a procurar uma cartomante, madama Carlota, que prevê um futuro
grandioso e feliz para a pobre nordestina, que, ao contrário, é atropelada por
um Mercedes, morrendo no local.
O outro relato,
paralelo e simultâneo (funciona com o anterior como fios de um tapete que
compõem dois desenhos que se inter-relacionam) vai gradativamente mostrando o
trabalho do escritor Rodrigo S. M., que dá a aparência de não ser do tipo de
escritor que trabalha com plano ou projeto preestabelecido, mas que vai
deixando as personagens brotarem e crescerem como se parte disso fosse ação
delas próprias, chegando a ponto de influenciar o pseudo-autor, mexendo com
suas emoções, com seus sentimentos. As informações sobre a vida pregressa e
futura das personagens vêm aparentemente como revelações, como insightes, que
são registrados pelo narrador com a inserção da palavra explosão entre
parênteses: “Agora (explosão) em rapidíssimos traços desenharei a vida
pregressa da moça até o momento do espelho do banheiro.” (p.35)
visite:http://cmais.com.br/clarice-lispector-ha-92-anos-nasceu-e-ha-35-anos-morreu
https://www.youtube.com/watch?v=d6Dey5eb3xg
Geraldo Chacon