- Vá!
- Vou.
- Venha!
- Vim te ver
vinte vezes
sem saber
que, em ti, busco
o que está em mim.
Nesse luscofusco
me ofusca o desejo
de roubar teu beijo
beber tua saliva
acariciar teu seio.
Na fuga em ré menor
me oculto em teu colo
me afogo em teus afagos
e é doce correr a língua
pelo teu ventre moreno
e sorrir da vida
à luz de vagalumes
olhos fechados, sonolentos.
Boa noite, amor!
sexta-feira, 29 de abril de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
REGIÃO DOS LAGOS E MINHA DOR
Em Araruama, Arraial ou Angra,
meu coração sangra,
se meu amor parte.
Mostro a dor na arte,
no verso dos meus versos
porque o amor faz parte
(de noite e de dia)
de toda minha poesia.
meu coração sangra,
se meu amor parte.
Mostro a dor na arte,
no verso dos meus versos
porque o amor faz parte
(de noite e de dia)
de toda minha poesia.
Sol se pondo em ARARUAMA
terça-feira, 19 de abril de 2016
METÁFORA EM TROVA POPULAR
A metáfora é uma figura de linguagem que funciona como se você comparasse uma coisa com outra, mas sem deixar aparecer o termo "como", veja essas duas delicadas trovas populares:
Os olhos de meu benzinho Os teus olhos, pretos, pretos,
são jóias que não se vendem, são como a noite cerrada...
são balas que me feriram, Mesmo pretos, como são,
são correntes que me prendem. sem eles, não vejo nada.
Na primeira trova os olhos tem o mesmo valor das jóias e o poder das balas e correntes a ponto de se fundir ou confundir com esses elementos, a imagem tem mais força. Na segunda, os olhos apresentam a mesma característica da noite cerrada, o que se evidencia com o "como". O lirismo se evidencia por meio do elemento contraditório; sem esses olhos escuros é que o apaixonado fica cego.
Os olhos de meu benzinho Os teus olhos, pretos, pretos,
são jóias que não se vendem, são como a noite cerrada...
são balas que me feriram, Mesmo pretos, como são,
são correntes que me prendem. sem eles, não vejo nada.
Na primeira trova os olhos tem o mesmo valor das jóias e o poder das balas e correntes a ponto de se fundir ou confundir com esses elementos, a imagem tem mais força. Na segunda, os olhos apresentam a mesma característica da noite cerrada, o que se evidencia com o "como". O lirismo se evidencia por meio do elemento contraditório; sem esses olhos escuros é que o apaixonado fica cego.
domingo, 3 de abril de 2016
MIGUILIM e DITO, personagens de Guimarães Rosa
Sempre que leio a novela “Campo Geral” de Guimarães Rosa fico várias
vezes emocionado, mas o momento que sempre me faz atingir um estado muito
intenso é quando Miguilim vai se aconselhar com o irmão Dito.
Miguilim era mais velho e sempre
se dava mal nas coisas que fazia, ao passo que seu irmão mais novo, Dito,
sempre se dava bem em tudo que fazia, sempre impressionava as pessoas.
Miguilim, percebendo isso, consulta seu irmão sobre a possível causa, pergunta
a ele por que seria que os animais o perseguiam e muitas outras reclamações. A
principal delas foi quando mandou cortar uma árvore porque lhe disseram que se
ela ultrapassasse a altura da casa, o pai morreria e ele mandou cortar porque
queria salvar o pai. O pai ficou furioso e já ia castigá-lo sem nem perguntar a
causa, mas quando Dito assumiu a responsabilidade, o pai indagou e quando o
garoto explicou que era por causa da superstição, o pai se derrete todo e abraça
o filho agradecido. Miguilim pergunta por que com ele as pessoas sempre o
perseguem e maltratam? Então o sábio Dito me emociona demais com essa resposta
que lhe dá:
“Os outros têm uma espécie de cachorro farejador, dentro de cada um,
eles mesmo não sabem. Isso feito um cachorro, que eles têm dentro deles, é que
fareja, todo o tempo, se a gente por dentro está mole, está sujo ou está ruim,
ou errado . . . as pessoas mesmas não sabem, mas, então, elas ficam assim com
uma precisão de judiar com a gente.”
Pense nisso, você tem encontrado
algum cão farejador? Então olhe para dentro de si mesmo, mude o conceito que
tem de si próprio. Transforme-se e os cães se afastarão.
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